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sexta-feira, abril 21, 2006

RESENHAS DE FILMES 4

A ILHA
de Michael Bay
Com Ewan McGregor, Scarlet Johansson
Aventura / Ficção

Homem se apaixona por uma mulher em um lugar onde é proibido o amor,dentre outros sentimentos. Ele começa a questionar o mundo em que vive, e o porque de tantas proibições. Enquanto todos têm esperanças de irem para a Ilha, lugar paradisíaco em que as pessoas adquirem direito de ir quando ganham a Loteria, ele descobre uma verdade que pode destruir os planos de seus governantes e transformar sua vida. Michael Bay ficou famoso por filmes de ação, como A Rocha. Dessa vez, abraça a ficção como plano de fundo para contar mais uma história de ação. O começo é animador, ganhando ares de 1984 (obra prima de George Orwell). Mas a profundidade logo dá lugar ao que Michael Bay sempre fez: filmes que são puramente de ação. E ainda aproveita mal seu elenco, McGregor (Peixe Grande) e Johansson (Ponto Final) já provaram nesses outros filmes que têm talento muito maior do que é visto em A Ilha. Esperava-se mais de uma trama que leva o nome de um clássico de Aldous Huxley e que resvala no questionamento de uma sociedade dominada, inconscientemente escravizada por uma minoria privilegiada. Mas nem tudo está perdido, você poderá ver boas e emocionantes cenas...de ação.
NOTA 6,0

OS REIS DE DOGTOWN
de Catherine Hardwicke
Com Heath Ledger, Victor Rasuk, Emile Hirsch, John Robinson
Ação / Drama

A história de um grupo de surfistas que encontraram no skate uma nova forma de diversão,na década de 70.Eles formam então o gupo lendário Z-Boys. Mas a medida que eles se tornam grandes revolucionários desse novo esporte, os negócios e a fama vão separando-os cada vez mais. A sinopse e até mesmo a primeira meia hora da trama parecem fazer com que o espectador chegue a conclusão que não passa de mais um típico filme adolescente, uma espécie de Porky's com qualquer filme de surfistas. Mas vários fatores contribuem para que o filme seja uma grande surpresa no gênero. A principal delas é a diretora de "Aos Treze", Catherine Hardwicke, que provou mais uma vez que filmes adolescentes podem ir além das comédias pseudo-eróticas ou pseudo-horror. Aqui, vemos um drama bem feito, com personagens que não são fúteis, têm personalidades diferentes que tem a ver com o andamento do filme. Emile Hirsch (Meninos de Deus, Heróis Imaginários) prova mais uma vez que é uma das grandes promessas da nova geração. Heath Ledger interpreta Skip, responsável pelo começo da carreira dos Z-Boys, com extrema competência, mesmo parecendo um papel feito na medida pra Val Kilmer. Além disso, é importante lembrar que a história é baseada em fatos reais e que os três principáis amigos (que realmente se separaram nos caminhos que a fama lhes trouxe), voltaram a se unir para ajudar na produção desse filme. O real e a ficção se unem nessa (quem diria!) emocionante história.
NOTA 8,0

HERÓIS IMAGINÁRIOS
de Dan Harris
Com Sigourney Weaver, Emile Hirsch, Jeff Daniels, Michelle Williams
Drama / Comédia

Sandy (Sigourney Weaver) e Ben Travis (Jeff Daniels) são pais de três jovens. Penny (Michelle Williams) é a mais velha e saiu de casa para freqüentar as aulas da faculdade. Matt (Kip Pardue) é o orgulho da família: campeão de natação, o jovem se prepara para as eliminatórias para a próxima Olimpíada. O mais novo é Tim (Emile Hirsch). Quando uma tragédia atinge o lar dos Travis, uma série de segredos vem à tona, obrigando os membros da família a saírem das relações superficiais e sem comunicação nas quais viviam. Grandes interpretações nesse drama que mostra as incertezas da adolescência, as tensões da vida adulta, além de tocar em temas bastante polêmicos. Deveria ter sido lembrado no Oscar, pelo direção e roteiro precisos de Dan Harris e as atuações convincentes de Emile Hirsch e Sigourney Weaver. Uma trama que faz refletir sobre diversas questões, sem no entanto polemizar. Com isso, o efeito torna-se ainda mais chocante, pois tais fatos são inseridos normalmente na história. Interessante e perturbador. Destaque também para a trilha sonora impecável.
NOTA 9,0

MARCAS DA VIOLÊNCIA
de David Cronenberg
Com Viggo Mortensen, Maria Bello, Ed Harris, Willian Hurt
Policial / Drama

Tom Stall (Viggo Mortensen) tem uma vidinha tranqüila e feliz na pequena cidade de Millbrook, no estado de Indiana, onde reside com sua esposa Edie (Maria Bello), que trabalha como advogada, e seus dois filhos pequenos. Porém, numa certa noite, essa pacata rotina é interrompida, quando Tom consegue impedir uma tentativa de assalto ao seu restaurante. Pressentindo o perigo, ele entra em ação, conseguindo salvar seus clientes e amigos, e, em legítima defesa, acaba matando dois criminosos procurados pela polícia. Tom passa ser considerado um herói e tem sua vida inteiramente transformada, de um dia para outro, atraindo um grande circo da mídia nacional, que o obriga a encarar os holofotes. Sentindo-se desconfortável com seu novo status de celebridade, Tom tenta regressar à sua vida normal, mas acaba sendo confrontado por um homem misterioso e ameaçador (Ed Harris), que chega à cidade com a convicção de que Tom é alguém que lhe fizera mal no passado. Enquanto Tom e sua família lutam com a questão do engano de identidade, também se esforçam para enfrentar a transformação de suas vidas, e são obrigados a confrontar seus relacionamentos, e as questões divisoras que são trazidas à tona. David Cronenberg (do cultuado A Mosca) traz mais um de seus filmes perturbadores, onde ironicamente traz a violência como transformadora da vida de uma pacata família. Os personagens agem por instinto. Esse fato cria uma atmosfera de tensão e questionamentos a uma sociedade cada vez mais modificada por aspectos externos. Merecia ter tido mais indicações ao Oscar, ao invés de apenas duas. Uma delas foi bastante merecida, pela atuação brilhante e curta (só dez minutos) de Willian Hurt. Cronenber nos brinda mais uma vez pelos caminhos enigmáticos da mente humana.
NOTA 9,5