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sábado, agosto 08, 2009

ANALISANDO... DAVID FINCHER

ANALISANDO...DAVID FINCHER
por Warny Marçano
4ª edição

A seção Analisando... pretende ressaltar características, peculiaridades e curiosidades de diretores consagrados.
Muitas vezes menos famosos que seus filmes, os diretores desempenham o papel mais importante na concepção de um
filme, sendo responsável direto pela maneira com que a mensagem da trama é percebida pelo espectador.


"Adoro a ideia de uma história de amor que rompe com a tradição do amor juvenil impossível."

Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/name/nm0000399/

David Fincher é um dos muitos cineastas que migram do videoclipe para o cinema. Mas a estréia veio de maneira única para o diretor de clipes de Madonna e Michael Jackson. Imagine a responsabilidade de fazer o terceiro filme de uma franquia que teve como diretores os gigantes Ridley Scott e James Cameron? O novato Fincher assumiu "Alien 3", em 1992, depois de uma continuação arrebatadora promovida pelo diretor de Titanic. E logo no começo, mostrou personalidade. Fez questão de filmar da maneira como queria, sem ligar para produtores. Logicamente os vários cortes do filme pela produção acabaram por irritar o diretor, que nunca viu sua versão original comercializada. A trama resulta em uma história sem personalidade e estilo, que Fincher lutou para ter em sua estréia. Pode-se dizer que foi um confronto do cinema de autor com a necessidade de se fazer um blockbuster para arrecadar milhões de dólares.
















Alien 3: Sigourney Weaver novamente enfrentando o monstro

Três anos depois, Fincher finalmente mostra seu estilo próprio de se fazer filmes. Sem a responsabilidade de continuar seqüências de sucesso, assume um filme policial, apresentando uma investigação comandada por Brad Pitt e Morgan Freeman e ressucitando um gênero há muito apagado. "Seven" tornou-se enorme sucesso de público e crítica e apresentou um serial killer que entrou para a história do gênero: John Doe e sua peculiaridade em matar as pessoas
segundo os sete pecados capitais. A maneira como conduz a trama se liberta da tradicional reviravolta quanto à identidade do criminoso para um outro tipo de surpresa: a maneira como o assassino tenta triunfar com sua última vítima, escolhida de forma a desafiar seus perseguidores. E de quebra, Kevin Spacey interpreta o primeiro de seus grandes personagens no cinema.













Seven: Brad Pitt e Morgan Freeman enfrentando o serial killer? Ou o contrário?

Em 1997, Fincher realiza mais uma trama que envolve suspense. "Vidas em Jogo" traz um roteiro inusitado que permite várias reviravoltas e conspirações. Estrelado por Michael Douglas, a trama passou despercebida pelos cinemas, mas certamente merece uma segunda chance no DVD.
Mas David Fincher não estava satisfeito em fazer apenas um filme genial. Em 1999, assume o seu projeto mais polêmico: "Clube da Luta". Continuando sua parceria de sucesso com Brad Pitt e adicionando Edward Norton, até então a jovem revelação de "As Duas Faces de um Crime", o filme não foi bem nos cinemas, mas tornou-se um sucesso de vendas em DVD. A história que aborda violência e personagens anti-sociais, foi alvo de várias críticas e tornou-se bastante cultuado no ano seguinte, elevendo o status de Fincher. Seu nome praticamente se desvinculou do fracasso de Alien para e tornar o forte diretor de Seven e Clube da Luta. Seu extremo cuidado e detalhismo pode ser notado pelo tempo em que demora trabalhando em um filme.















Edward Norton e Brad Pitt: Clube da Luta

Confirmando tal afirmação, em 2002, Fincher foi para seu quinto filme dez anos depois de sua estréia e três anos após sua quarta produção. "O Quarto do Pânico", sua estréia como produtor, para muitos é sua obra mais fraca, mas mesmo assim não deixou de ser importante. A história de mãe e filha trancadas dentro de uma casa altamente segura e desafiando criminosos tem um apuro técnico impressionante, apesar das falhas de roteiro. Jodie Foster é a protagonista, em tempos que muitos queriam vê-la como Clarice Starling em Hannibal, continuação de "O Silêncio dos Inocentes". Fincher não tem o mesmo sucesso que seus dois filmes anteriores e mergulha em mais um hiato de cinco anos até lançar seu sexto filme. Nesse período, produziu o ótimo "Os Reis de Dogtown". Fincher ainda bancou o ator em "Quero Ser John Malkovich" e "Full Frontal".














Jodie Foster acuada em O Quarto do Pânico

"Zodíaco" traz um renovado Robert Downey Jr. (antes de Homem de Ferro), uma trama verídica que todos sabem que não tem um final revelador e finalmente sua volta aos filmes de serial killer. O desafio foi vencido por Fincher, que se não traz a genialidade de Seven, também não decepciona em uma história intrigante e misteriosa até os dias de hoje. A produção ainda teve que se deparar com uma outra filmagem contando a história de Zodíaco, feita no mesmo período.
Mas o respeito da crítica veio com seu filme mais recente, o drama "O Curioso Caso de Benjamin Button", sua primeira incursão no gênero. A retomada de sua parceria com Brad Pitt junto com a química do ator com Cate Blanchet ajudou a trama a alcançar sucesso comercial e ser indicada a vários Oscar, inclusive de melhor filme e direção. A história de Benjamin Button, que nasceu velho e ao longo do tempo vai rejuvenescendo, só confirma que David Fincher é um dos melhores diretores de sua geração.

















Brad Pitt: transformação em O Curioso Caso de Benjamin Button

FILMOGRAFIA

2008 - O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button)
2007 - Zodíaco (Zodiac)
2002 - O Quarto do Pânico (Panic Room)
1999 - Clube da Luta (Fight Club)
1997 - Vidas em Jogo (The Game)
1995 - Seven-Os Sete Crimes Capitais (Seven)
1992 - Alien 3 (Alien 3)

Fontes pesquisadas: IMDB, Cineminha

Leia as outras edições de Analisando... em Artigos:
1ª edição - Analisando... David Cronenberg
2ª edição - Analisando... David Lynch
3ª edição - Analisando... M.Night Shyamalan