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quinta-feira, outubro 30, 2014

RELATOS SELVAGENS

(Relatos salvajes)
Argentina-Espanha/2014
De Damian Szifrón (El fondo del mar, Tiempo de valientes)
Com Liliana Ackerman, Rita Cortese, Ricardo Darín, Leonardo Sbaraglia, Maria Marull
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt3011894/?ref_=fn_al_tt_1
Comédia

                Seis histórias que mostram traçam um painel do cotidiano, da violência e das coincidências que podem ocorrer na vida de pessoas comuns.

Confira abaixo o trailer do filme:



               Esta comédia de humor negro dividida em episódios demonstra como a Argentina está anos luz do Brasil em matéria de roteiros bem amarrados e que misturam divertimento e críticas sociais com inteligência. Ao contrário de muitos filmes que se dividem em vários curtas, este não tem altos e baixos e todas as histórias são acima do nível e ajudam a construir a temática do filme.













Que olhos vão desvendar este segredo?

                Antes dos créditos, o espectador já acompanha um episódio inteiro, “Pasternak” onde coincidentemente todos em um avião parecem conhecer o personagem do título. Logo no primeiro curta, já notamos a mistura de coincidências com o quanto de violência uma pessoa pode chegar, por mais comum que possa ser.
                No segmento “Las Ratas”, o humor negro é levado ao extremo em uma história que arranca risadas nervosas do espectador quando uma simples garçonete precisa atender o sujeito que arruinou sua família. Já em “El más fuerte”, dois motoristas se enfrentam em uma estrada abandonada.
                Em um dos melhores curtas, “Bombita”, o astro argentino Ricardo Darín faz um engenheiro que se vê preso em uma burocracia que ele não concorda, ao ter seu carro rebocado e não aceitar pagar as taxas para a prefeitura. Já em “La propuesta”, um milionário tenta esconder a responsabilidade do filho em um atropelamento, porém se vê cercado de oportunistas que tentam extorquir o dinheiro dele.
                Encerrando o filme, o melhor curta de todos e o que melhor resume sua proposta: em “Hasta que la muerte nos separe”, um casamento aparentemente normal se transforma em um embate entre os recém-casados. “Relatos Selvagens” é mais um excelente filme argentino e uma proposta interessante e ainda pouco utilizada por outros cineastas.

NOTA 9,5

quinta-feira, outubro 23, 2014

GAROTA EXEMPLAR

(Gone Girl)
EUA/2014
De David Fincher (Clube da Luta, Seven, A Rede Social, Zodíaco, O Curioso Caso de Benjamin Button)
Com Ben Affleck, Rosamund Pike, Neil Patrick Harris, Tyler Perry, Carrie Coon, Kim Dickens
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2267998/?ref_=fn_al_tt_1
Suspense

                Nick Dunne é um sujeito misterioso que tenta provar para todos que não teve culpa no desaparecimento da mulher.

Confira abaixo o trailer do filme:


             
               O filme, baseado na obra de Gillian Flynn e dirigido por David Fincher, já desponta como um dos favoritos ao Oscar do ano que vem. Até por conta de Fincher ser figura fácil nas indicações da academia e sempre realizar ótimos filmes de suspense (tal como “Vidas em Jogo” e “Seven”).  E de quebra, ainda conta com boas interpretações de Ben Affleck, como um sujeito de personalidade dúbia, e Rosamund Pike, sua misteriosa mulher.
                O mistério permeia toda a trama do início ao fim, com algumas reviravoltas e revelações durante a história e não apenas no final, como muitos filmes do gênero. O espectador observa os personagens e não raro pode mudar de opinião quanto a verdadeira personalidade deles.










Argo fuck yourself!

A história é contada através de um roteiro não linear, com vários flashbacks tanto do passado dos protagonistas (antes do desaparecimento de Amy) quanto para contar o que realmente aconteceu depois do desaparecimento. O forte indício de homicídio e outras pistas levam a crer que Nick possa ter algo a ver com o crime, porém ele nega veementemente. A história tece uma teia de fatos ora empolgantes ora um tanto inverossímeis, mas que não chega a comprometer muito o desenrolar da trama.
                O elenco de apoio também segura bem a trama, com destaque para Tyler Perry, como um advogado sarcástico, Neil Patrick Harris, como um ex-namorado de Amy, e Carrie Coon, como a irmã gêmea de Nick. A trama de duas horas e vinte minutos não é sentida pelo espectador tamanho o grau de mistério e envolvimento com os personagens, que Fincher sempre faz muito bem.

NOTA 8,5

quarta-feira, outubro 22, 2014

ANNABELLE

(Annabelle)
EUA/2014
De John R. Leonetti (Mortal Kombat: A Aniquilação, Efeito Borboleta 2)
Com Annabelle Wallis, Ward Horton, Tony Amendola, Alfre Woodard
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt3322940/?ref_=fn_al_tt_1
Terror

                Um casal se envolve em uma experiência assustadora depois que trazem uma boneca misteriosa para dentro de casa e sofrem um ataque de uma seita.

Confira abaixo o trailer do filme:


                Depois do sucesso de “Invocação do Mal”, no qual o casal Warren investiga ocorrências sobrenaturais em uma casa mal assombrada, é chegada a vez de contar a história de um dos artefatos mais famosos presentes no museu do casal: a boneca Annabelle.
                O filme começa promissor, incrementando primeiro a história do casal protagonista, suas esperanças, medos e personalidades. O sobrenatural vai ocorrendo aos poucos na história, o que é um grande acerto para filmes de terror. E além disso, há várias referências aos costumes da década de 70, bem como notícias da época nas menções à família Manson, e o uso de objetos de época em favor do gênero (como as cenas envolvendo a máquina de costura).









Sou mais bonita que a noiva de Chucky!

                No entanto, a trama acaba descambando para os mesmos clichês de inúmeros filmes esquecíveis de terror. O uso exagerado de recurso sonoro para assustar o espectador já é extremamente batido, assim como algumas cenas inverossímeis de comportamento. Até mesmo os personagens caem no lugar comum: a mulher assustada, o marido cético, o padre que vai tentar salvar a situação, a vizinha misteriosa que sabe tudo e está ali somente porque o roteirista quer que seja assim, dentre outros fatores.
                O que sobra para o espectador é tentar curtir uma trama com ótima ambientação e uma premissa interessante para o gênero. Porém, fica a sensação de que o material poderia ter sido melhor aproveitado, assim como foi o ótimo “Invocação do Mal”. Talvez a trama merecesse ter sido dirigida por James Wan, ao invés de John R. Leonetti (dos esquecíveis Mortal Kombat: A Aniquilação e Efeito Borboleta 2).

NOTA 6,5


terça-feira, outubro 21, 2014

CHEF

(Chef)
EUA/2014
De Jon Favreau (Zathura: Uma Aventura Espacial, Homem de Ferro, Cowboys & Aliens)
Com Jon Favreau, Scarlett Johansson, Robert Downey Jr., John Leguizamo, Dustin Hoffman
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2883512/?ref_=nv_sr_1
Comédia

                Carl Casper é um chef de um famoso restaurante. Após uma crítica ruim, ele resolve sair com seu filho e um colega para recomeçar, fazendo o que ele mais gosta de fazer, ou seja, cozinhar, do seu jeito, e não aceitando imposições de outras pessoas.

Confira abaixo o trailer do filme:


             
                O cineasta Jon Favreau, depois do sucesso da franquia Homem de Ferro, resolve produzir, escrever, dirigir e estrelar essa comédia com jeito de cinema independente americano, excetuando-se o grande elenco que embarca junto com ele nesta empreitada.
                A trama segue um famoso chef, que após uma discussão com um crítico de culinária, arruma um trailer e muda os rumos de sua vida profissional. O filme, como muitos podem pensar, não se resume simplesmente às diversas formas de culinária, mas borda vários outros conceitos, como o recomeço, o envolvimento com a família e sobretudo, a importância das redes sociais no mundo atual.










Com a Lucy aqui, vamos ganhar uma grana!

                Esse conceito virtual, inclusive, é a abordagem mais criativa do filme, que discorre a mencionar sobre Facebook, Twitter, Youtube, Vine e outros, transbordando nos diálogos e no campo visual uma nova maneira de dialogar com o espectador. O protagonista é inundado por esses aplicativos e vê sua vida mudar por conta deles, mesmo não sabendo mexer direito. Quem traz a novidade sempre pra ele é seu filho de 10 anos, sempre antenado com o mundo virtual.
                Apesar de algumas cenas inverossímeis e da ausência de personalidade e alguns personagens (que aparecem tão pouco, merecendo ter sido melhor trabalhados), o resultado é satisfatório e merece ser visto, servindo como um bom exemplar dentro do seu gênero.

NOTA 7,5

quarta-feira, outubro 15, 2014

TRASH: A ESPERANÇA VEM DO LIXO

(Trash)
Reino Unido/2014
De Stephen Daldry (Billy Elliot, As Horas, O Leitor, Tão Forte e Tão Perto)
Com Selton Mello, Wagner Moura, Martin Sheen, Rooney Mara
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1921149/?ref_=nv_sr_1
Aventura

                Três garotos descobrem uma agenda no lixão em que trabalham. Logo descobrem que a polícia está querendo reaver as informações contidas na agenda custe o que custar. Eles decidem descobrir o que há por trás de tudo, contando com a ajuda de um padre e uma professora de inglês.

Confira abaixo o trailer do filme:



              O filme reúne simplesmente três ícones do cinema mundial: Fernando Meirelles (Cidade de Deus) e sua produtora O2, Stephen Daldry na direção (cujos quatro primeiros filmes da carreira acumulam 19 indicações ao Oscar) e Richard Curtis assinando o roteiro (responsável por filmes como “Quatro Casamentos e um Funeral”, “Um Lugar Chamado Nothing Hill”, “Simplesmente Amor” e “Questão de Tempo”). Além disso, pela primeira vez dois astros do cinema nacional estão reunidos (Wagner Moura e Selton Mello). E de quebra, temos Martin Sheen (Platoon) e Rooney Mara (Millenium) no elenco.













Onde está Lisbela e o prisioneiro?

                Com todas essas características, o filme  tinha tudo para ser excepcional. E ele quase é excelente, não fosse o roteiro, que prefere achar soluções fáceis e beirando o inverossímil para narrar a aventura de três garotos (que não são atores mas que esbanjam personalidade), com várias cenas de ação e montagem altamente dinâmica, talvez para disfarçar certos momentos que o espectador precisa forçar a barra para aceitar alguns desdobramentos. E ainda por cima, poderiam ter aproveitado melhor os personagens de Wagner Moura (que quase não aparece) e de Selton Mello (um vilão que poderia ter uma interpretação menos contida).
                Tirando estes fatores, o filme é uma agradável aventura, com trilha sonora diversificada e bela edição e fotografia (que poderiam quem sabe beliscar uma indicação ao Oscar). Algumas cenas são impactantes (como a do sequestro de um dos garotos) e a trama tem importantes denúncias sociais, se revelando bastante atual.
                “Trash” funciona tanto como uma aventura despretensiosa como um filme-denúncia, que mostra a corrupção, desigualdade social e extrema pobreza, mas cuja população nunca perde a esperança. Uma história empolgante, divertida e envolvente que foge aos padrões mais dramáticos do diretor inglês.

NOTA 8,0

segunda-feira, outubro 13, 2014

ELA PERDEU O CONTROLE

(She’s Lost Control)
EUA/2014
De Anja Marquardt
Com Brooke Bloom, Marc Menchaca, Dennis Boutsikaris, Laila Robins
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt3130776/?ref_=nv_sr_1
Drama

                Ronah é uma terapeuta sexual que aos poucos vai misturando o pessoal e o profissional logo após a chegada de um novo cliente, o misterioso Johnny.

Confira abaixo o trailer do filme:



             O filme, que passou no Festival do Rio desse ano, apresenta uma personagem cuja profissão é pouco usual no cinema e que apareceu no excelente “As Sessões”: a figura da terapeuta sexual. Porém, dessa vez o protagonista é a própria terapeuta e não o paciente. Além disso, a questão aqui não é a demonstração que profissional e cliente não misturam sentimentos.













Na próxima consulta, vamos falar dos seus medos...

                A premissa do filme tende a mostrar que aos poucos a protagonista  vai perdendo o controle da situação ao se envolver cada vez mais com um cliente que apresenta distúrbios sociais e que não consegue avançar no campo sexual. Seu trabalho é o de tentar libertar as amarras do paciente, porém quanto mais ela avança nesse contexto, mais ela se vê envolvida apaixonadamente por ele.
                Nesse sentido, o filme ganha ares de thriller e apresenta para o espectador uma profissional que perde o rumo de sua vida aos poucos, por mais que não seja recomendado. A trama poderia ser melhor do que se apresenta, não fosse as cenas monótonas e que parecem não sair do lugar, mesmo o filme tendo apenas uma hora e meia de duração.
                “Ela Perdeu o Controle” poderia ser mais ousado aproveitando o fato de que é cinema independente e também apresentar uma visão mais detalhada de personagens pouco explorados no cinema. Infelizmente não consegue nem uma coisa nem outra e acaba sendo um filme apenas razoável e até mesmo esquecível.

NOTA 5,0

sexta-feira, outubro 10, 2014

THE HUMBLING

(The Humbling)
EUA/2014
De Barry Levinson (Bom Dia Vietnã, Rain Man, Avalon, Bugsy, Sleepers: Vingança Adormecida, Mera Coincidência, Esfera)
Com Al Pacino, Greta Gerwig, Kyra Sedgwick, Charles Grodin
Perfil no IMDB:  http://www.imdb.com/title/tt1568343/?ref_=nv_sr_1
Drama

                Simon Axler é um ator veterano fracassado que após passar por problemas psicológicos, vai para uma casa no meio da floresta. Lá, ele passa a receber visitas de uma afilhada que sempre foi apaixonada por ele.

Confira abaixo o trailer do filme:


             
              O veterano cineasta Barry Levinson volta ao seu grande estilo, dessa vez adaptando a obra de Philip Roth e tirando de vez Al Pacino dos papéis medianos que andava fazendo ultimamente. O ator esbanja brilho e rouba totalmente a cena nessa trama totalmente metalinguística e irônica.













Não fique bancando o advogado do diabo!

                 Levinson é um mestre tanto na arte de dirigir roteiros bem trabalhados (como a manipulação da mídia em “Mera Coincidência” e a vingança de garotos abusados em uma instituição em “Sleepers”) quanto na arte de dirigir atores (só lembrar da atuação de Dustin Hoffman em “Rain Man” e de Robin Williams em “Bom Dia Vietnã). Neste filme, Al Pacino entrega um ator que questiona a profissão, citando inclusive que ela pode ser parte de uma sucessão de erros de escolha ao longo da vida, dependendo das consequências que isso traz para a vida do artista.
                Questionamentos à parte, o filme investe no humor ao mostrar sempre um protagonista confuso com ele mesmo e com as pessoas ao seu redor. Simon Axler é um home  do seu tempo, famoso por interpretar “Rei Lear” nos palcos, e de repente se vê inserido em um romance com uma lésbica muitos anos mais jovem que ele, além de lidar com sua namorada, uma amiga transexual e uma fã louca e obsessiva.
                “The Humbling” já desponta como um dos melhores filmes do ano e mesmo tendo uma premissa não tão interessante, o roteiro acaba desfiando uma história envolvente e engraçada. Ponto para a direção e o elenco.

NOTA 9,0

quinta-feira, outubro 09, 2014

MEU MALVADO FAVORITO 2

(Despicable Me 2)
EUA/2013
De Pierre Coffin, Chris Renaud (Meu Malvado Favorito, O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida)
Com Steve Carell, Benjamin Bratt, Miranda Cosgrove, Russell Brand, Ken Jeong, Steve Coogan
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1690953/?ref_=fn_al_tt_1
Animação

                Depois que Gru torna-se um superpai, ele resolve desistir de ser vilão. Porém, ele é raptado por uma companhia para fazer mais um serviço: se infiltrar em um shopping para descobrir um vilão secreto dentre os lojistas.

Confira abaixo o trailer do filme:



               Essa sequência traz novamente todos os carismáticos personagens do primeiro, dando uma maior atenção merecidamente aos minions. Gru já aprendeu a ser pai e suas três filhas adotivas  continuam aprontando muito, porém o foco é a parceria entre Gru e a agente Lucy dentro de um shopping com personagens muito misteriosos.











Bom dia, foi daqui que pediram um vilão?

                As piadas continuam hilárias e o jeito peculiar de Gru é bastante explorado. A trilha sonora continua sendo destaque absoluto, inclusive com indicação ao Oscar de Melhor Canção.
                O filme consegue se diferenciar do primeiro, com um ótimo roteiro e ganhando fôlego até para a terceira aventura. “Meu Malvado Favorito 2”, assim como o primeiro, entra para a categoria das animações obrigatórias de se assistir, além de ser uma das melhores do ano passado.

NOTA 9,0

quarta-feira, outubro 08, 2014

DE MENOR

(De Menor)
Brasil/2013
De Caru Alves de Souza
Com Rita Batata, Giovanni Gallo, Caco Ciocler, Rui Ricardo Diaz
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2316573/?ref_=fn_al_tt_1
Drama

                Helena é uma advogada que é defensora de menores acusados de crimes. Sua rotina está entre a defensoria e cuidar de Caio, seu irmão de 17 anos. As coisas se complicam quando Caio é acusado de um crime.

Confira abaixo o trailer do filme:


               Um dos vencedores do Festival do Rio de 2013, o filme mostra em seus curtos 77 minutos de duração um painel do crime entre menores abandonados, o medo da situação carcerária para essa parcela da população e ainda a investigação, ainda que superficial, dos problemas econômicos e sociais enfrentados pelas famílias de alguns jovens que entram para o crime.












Você não é a Bianca?

                 O grande trunfo da trama é estabelecer uma interseção entre exercer a defesa dos menores e ser vítima deles, no retrato da protagonista Helena. E além disso, ela ainda vê o irmão envolvido em atos criminosos. O filme tem um contraponto interessante ao constatar que não é preciso ser pobre e nascer na favela ou até mesmo não ter uma família para entrar para o mundo do crime. Caio, jovem, loiro, de classe média, que poderia ter a irmã como exemplo, formada em advocacia,  parece se rebelar aos poucos.
                “De Menor” apresenta um tema não muito abordado pelo cinema nacional ultimamente e que está presente no cotidiano do país. Merecidamente premiado, só carece um pouco de um roteiro mais trabalhado que não dependesse unicamente de sua premissa e não assumisse quase um tom documental por falta de uma história com mais reviravoltas e uma conclusão mais impactante.

NOTA 8,0

terça-feira, outubro 07, 2014

SIN CITY: A DAMA FATAL

(Sin City: A Dame to Kill for)
EUA/2014
De Frank Miller e Robert Rodriguez (Sin City: A Cidade do Pecado, The Spirit: o Filme, A Balada do Pistoleiro, Um Drink no Inferno, Machete)
Com Mickey Rourke, Jessica Alba, Josh Brolin, Joseph Gordon-Levitt, Rosario  Dawson, Bruce Willis, Eva Green, Powers Boothe, Ray Liotta, Christopher Lloyd
Perfil no IMDB:http://www.imdb.com/title/tt0458481/?ref_=nv_sr_1
Policial

                Um retrato dos habitantes de Sin City, uma cidade recheada de bandidos, mulheres fatais e aproveitadores.

Confira abaixo o trailer do filme:



              Baseada na obra homônima de Frank Miller, esta segunda parte da franquia continua investindo no mesmo estilo que consagrou o sucesso da primeira parte: um peculiar preto e branco com pitadas de colorido em alguns objetos de cena e personagens; várias histórias independentes até certo ponto, onde alguns personagens são comuns a algumas cenas; além de um elenco recheado de estrelas cult como Mickey Rourke e Christopher Lloyd.











Eu vejo fantasmas...em preto e branco!

               O que o espectador pode estranhar nesta sequência é a falta de ideias para um roteiro mais consistente. Se por um lado o estilo gráfico das cenas é espetacular, de outro a história é fraca e repetitiva, com personagens se enfrentando só porque o roteiro quer assim e se vingando de uma forma tão abrupta que não transparece dramaticidade suficiente para uma cena mais realista.
                O aspecto que diferenciava Sin City em 2005 é que trazia praticamente uma história em quadrinhos filmada, com diálogos e cenas idênticas, que faziam os fãs de gibis se empolgarem. Porém, em tempos que a Marvel já estabeleceu o sucesso de adaptações desse gênero, Sin City apresenta mais do mesmo, sem nenhum brilho de sua estreia na tela grande.
                Resta ao espectador admirar os belos cenários, as expressões afiadas e a diversão de boa parte do elenco. Pelo menos, não vai transparecer tanto os pontos fracos da trama.

NOTA 6,0

sexta-feira, outubro 03, 2014

MAGIA AO LUAR

(Magic in the Moonlight)
EUA-França/2014
De Woody Allen (Noivo Neurótico Noiva Nervosa, Meia-noite em Paris, Match Point, Blue Jasmine)
Com Colin Firth, Emma Stone, Marcia Gay Harden, Eileen Atkins, Jacki Weaver
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2870756/?ref_=fn_al_tt_1
Comédia

                Um mágico cético tem a missão de desmascarar uma jovem médium que supostamente está enganando uma família milionária. Porém, ele começa a acreditar na jovem, estabelecendo uma relação que pode ir além do que ele gostaria.

Confira abaixo o trailer do filme:


                Todo filme de Woody Allen tem um quê de antigo. A começar pela disposição dos créditos iniciais sob uma tela preta e a trilha sonora que nos remete aos filmes das décadas de 50 e 60. O que dirá então quando a trama se passa nos anos 20.
                Dessa vez, o alter ego do cineasta é Colin Firth na pele de um sujeito sarcástico, com mente científica e que costuma fazer piada na cara de todo mundo sobre questões espirituais. A interpretação do ator é irrepreensível, porém as boas piadas do longa acabam por soar repetitivas.












Você me ensinaria a fazer um discurso?

                  A química entre os protagonistas também não ajuda muito a trama a decolar. Os diálogos continuam afiados como sempre, porém o filme soa como se Woody Allen estivesse fazendo em piloto automático, depois de bons filmes como “Blue Jasmine” e “Para Roma, com Amor”, seus dois mais recentes.
                “Magia ao Luar” entra como uma comédia romântica razoável, que tem um bom elenco de apoio, mas que não chama a atenção do espectador nem pela comédia nem pelo romance.

NOTA 6,5

quinta-feira, outubro 02, 2014

MAZE RUNNER: CORRER OU MORRER

(The Maze Runner)
EUA-Canadá-Reino Unido/2014
De Wes Ball
Com Dylan O'Brien, Aml Ameen, Ki Hong Lee, Blake Cooper, Thomas Brodie-Sangster, Will Poulter
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1790864/?ref_=hm_cht_t2
Ficção Científica

Thomas acorda em uma clareira habitada por outros jovens que também chegaram como ele, desmemoriados. A única possível saída é um labirinto, que muda todo dia. Resta a ele e seus novos companheiros encontrar um jeito de escapar e descobrir respostas para o que aconteceu com eles.

Confira abaixo o trailer do filme:


               Baseado na obra de James Dashner, composta por cinco livros, o filme embarca na onda de "Jogos Vorazes", porém é bem diferente dos outros exemplos do gênero, por adicionar muito mistério à jornada do protagonista, lembrando inclusive séries como "Lost". O espectador não sabe quem Thomas é, quem está por trás da prisão dos jovens, o que são as criaturas que aterrorizam o labirinto (os verdugos serão uma espécie de fumaça negra do Lost?) e assim por diante.












Que barulho é esse, será a fumaça negra?

                A trama acrescenta tantos mistérios a medida que vai se desenvolvendo que fica claro para o espectador que muitos deles não serão resolvidos nesta primeira etapa da franquia. Porém, o final inconclusivo não é repentino e lembra inclusive final de temporada de série. O enredo parece crescer a cada momento, com novos níveis de dificuldade para os personagens principais, além deles precisarem resolver seus conflitos internos.
                O jovem e talentoso elenco é um dos grandes trunfos da trama. A personalidade de cada um consegue transparecer, ocasionando a tão importante individualidade de cada personagem na visão do espectador, apesar de serem muitos. Logo, o filme consegue passar também a densidade dramática além das ótimas cenas de ação que lembram muito cenários de algum vídeo game. Só é preciso não exagerar muito nos enigmas, correndo o risco de se perder nas respostas.
                "Maze Runner: Correr ou Morrer" consegue se diferenciar em uma época cheia de modismos por sociedades totalitárias e vigiadas, acrescenta um grupo de atores que até nos remete a filmes de elenco jovem da década de 80 e coloca uma pitada de mistério e aventura, ao invés de triângulos amorosos tão em voga nos filmes do gênero. Uma adaptação que por ter um curto orçamento e uma boa bilheteria, já assegurou sua segunda parte, em pré-produção, ao contrário de nomes como "O Doador de Memórias" e "Ender's Game", que ficaram pelo caminho.

NOTA 8,5

quarta-feira, outubro 01, 2014

MEU MALVADO FAVORITO

(Despicable Me)
EUA/2010
De Pierre Coufin e Chris Renaud (O Loráx: Em Busca da Trúfula Perdida)
Com Steve Carell, Jason Segel, Russel Brand, Julie Andrews
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1323594/?ref_=fn_al_tt_1
Animação

Depois de um criminoso chamado Vector conseguir chamar a atenção do mundo roubando uma pirâmide do Egito, Gru precisa se afirmar como grande vilão e para isso planeja roubar a lua. Porém, tudo se complica quando ele precisa cuidar de três crianças endiabradas.

Confira abaixo o trailer do filme:


             Esse grande sucesso de público e crítica de 2010 mostra um vilão no papel de astro principal do filme. Essa transgressão das regras clássicas da animação mostrou criatividade e rendeu ótimas e diferentes piadas. Ainda mais, aliado ao carisma do personagem principal, Gru, um vilão falido, que precisa provar pra ele mesmo que ainda tem competência naquilo que ele mais sabe fazer.








E pensar que o homem chegou na lua há tantos anos atrás e nunca pensou em roubá-la!

              O filme ainda tem outros trunfos. O trio de crianças que entram na vida de Gru, transformando pra sempre sua personalidade e tentando puxar um pouco o lado paizão do personagem. Esse contraste entre o seu lado pai e o seu lado mau é valorizado a todo momento, criando situações hilárias. A mãe de Gru e o dono do banco que pode patrocinar crimes também aparecem, para mostrar que tanto o lado pessoal quanto o profissional de Gru não são lá muito valorizados. Apenas o Dr. Nefário parece sempre ficar ao lado do vilão.
              Porém, quem mais chama atenção na animação são os minions! As criaturas amarelas e caóticas que ajudam Gru são os seres mais hilários criados atualmente. Tanto que após o filme, já viraram objetos de marketing, arraigando-se na cultura pop moderna. Os minions, que eram pra ser meros coadjuvantes, roubam a cena toda vez que aparecem.
              "Meu Malvado Favorito" ainda por cima tem ótima trilha sonora, recheada de gêneros dançantes, como o rhythm and blues. Simplesmente uma das melhores franquias da nova geração da animação.

NOTA 9,5