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quarta-feira, março 19, 2008

RESENHA DE FILMES 28

SWEENEY TODD - O BARBEIRO DEMONÍACO DA RUA FLEET
EUA / 2007
De Tim Burton
Com Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Sasha Baron Cohen, Alan Rickman
Terror / Musical
Site Oficial: wwws.br.warnerbros.com/sweeneytodd
Um barbeiro reencontra um juiz que arruinou sua felicidade com a esposa e a filha e planeja vingança contra ele, com a ajuda de uma fracassada vendedora de tortas.
O visual desse novo filme de Tim Burton continua sendo sombrio e beirando a fantasia. O diferencial é que dessa vez seus personagens cantam ao invés de falar em meio ao clima bucólico e pesado. Depp, numa espécie de Edward Mãos de Tesoura psicopata, entrega mais uma vez uma atuação brilhante. O caricato Cohen (Borat) destoa um pouco da atmosfera a
que se propõe a trama, mas nada que atrapalhe. Surpreendentemente, o tom musical (ligado
mais naturalmente a comédias) não prejudica o clima de terror presente na história. As músicas não fazem com que o filme fique monótono como muitos do mesmo gênero. Pelo contrário, tal artifício torna-se realmente necessário. Fotografia e direção de arte (premiada com o Oscar desse ano) também estão em destaque nessa obra que reafirma o gosto de Burton pela sua atmosfera melancólica e introspectiva.
NOTA 8,0

JUNO
EUA / 2007
De Jason Reitman
Com Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner, Jason Bateman
Comédia
Site Oficial: http://www.foxsearchlight.com/juno/
Adolescente descobre que está grávida e resolve procurar casal que esteja querendo adotar um filho. O relacionamento entre os envolvidos na situação vai se intensificando cada vez mais, conforme o avanço da gravidez de Juno.
O filme de Jason Reitman (Obrigado Por Fumar) conta de forma incrivelmente simples o modo como uma adolescente pode encarar uma gravidez precoce de forma diferenciada, assim como as pessoas que a rodeiam. É o prato principal de um filme que dá a luz a importantes temas, como adoção e comportamento de um determinado grupo perante um fato incomum. Mas, diferentemente de clichês do gênero, não apela para angústias e medos de sua protagonista. Pelo contrário, vemos uma Juno que busca logo uma solução para aquele "dilema" em que se meteu ao invés de ficar chorando pelo suposto abandono do pai da criança. Que, na trama, é um frágil corredor que se vê pouco dividido entre
responsabilidades e liberdades comuns da adolescência. O casal que procura um filho é outro destaque. Ela, querendo desesperadamente um filho. Ele, ainda preso pelos desejos utópicos de seu passado. Roteiro leve, ágil e inteligente de Diablo Cody (merecendo, portanto, o Oscar que ganhou esse ano). Praticamente o "Pequena Miss Sunshine" do ano.
NOTA 8,5



MEU NOME NÃO É JOHNNY
Brasil / 2007
De Mauro Lima
Com Selton Mello, Cléo Pires, Júlia Lemmertz, Cássia Kiss
Drama
Site Oficial: www.meunomenaoejohnnyfilme.com.br
A história de João Guilherme Estrela, jovem de classe média, inteligente e simpático, que se envolve com o tráfico de drogas, sendo perseguido e preso pela polícia.
Selton Mello, que ano passado interpretou um dos melhores personagens do cinema nacional (Lourenço, de O Cheiro do Ralo), dá outro show de interpretação. Dessa vez, vemos um jovem que se deixa levar pela vida fácil, ganhando dinheiro ilicitamente, mas ao mesmo tempo se mostrando tão humano quanto qualquer um. A trama mostra a linha tênue que separa os adolescentes do perigo incessante das drogas, que percorrem praticamente todos os lugares comuns em que eles costumam freqüentar. Não há julgamentos parciais ou lições de moral, apenas fatos que contribuíram para o hoje produtor musical João Estrella ter sido um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro em um passado recente. Não há cenas em que possam se tirar conclusões fáceis, o que demonstra a complexidade construída pelo sólido roteiro, que ainda opta por diálogos descontraídos, alternando freqüentemente entre o drama pessoal da trama e as ironias contidas nos diálogos dos personagens. Um filme que conclui com eficiência a história de um castelo de areia que aos poucos vai se esvaindo para aos poucos se reerguer, alcançando a redenção. Dentro de uma estrutura muito batida, vemos idéias criativas e personagens interessantes, com principal destaque para Selton, que mais uma vez prova que está virando praticamente a versão brasileira de outro Johnny (o Depp).
NOTA 9,0

1 comentários:

  1. Anônimo12:15 AM

    "Selton Mello, que ano passado interpretou um dos melhores personagens do cinema nacional (Lourenço, de O Cheiro do Ralo)". Muito bom. Eu sei que essa foi pra mim.

    Di Moreno.

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