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domingo, fevereiro 10, 2008

RESENHA DE FILMES 27

ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ
EUA/2007
De Joel e Ethan Coen
Com Javier Bardem, Tommy Lee Jones, Josh Brolin, Woody Harrelson
Suspense
Site Oficial: http://www.nocountryforoldmen.com
Homem encontra uma maleta cheia de dinheiro, perto de um carro que contém vários sacos de heroínas e corpos ao redor. Ele decide ficar com a fortuna, mas começa a ser perseguido por um psicopata.
Nesse aclamado misto de faroeste moderno e policial cult, os irmãos Coen (O Grande Lebowski, Fargo) decidem tratar sobre a banalização da violência, e o fazem de forma tão eficiente quanto David cronenberg (do ótimo Marcas da Violência). Em "Onde os Fracos...", os personagens são movidos pela ambição, orgulho,
introspecção, cobiça e loucura. Porém, todas essas características sucumbem ao terror da mais pura violência, presente onde menos se espera. Logo no começo da trama, o ar soturno e silencioso (há poucos diálogos nas primeiras cenas) podem soar monótonos, mas logo faz com que o espectador entre na atmosfera sombria e tensa da história. As cenas de tiroteio não soam desenfreadas, e muitas vezes há um espaço grande de tempo entre um tiro e outro, objetivando o nervosismo e a ansiedade presente entre os protagonistas. Entre reviravoltas e discursos dignos de Oscar, o filme destaca-se ainda pela atuação impressionante de Javier Barden, como o psicopata mais expressivo desde o Patrick Bateman, de Christian Bale (Psicopata Americano). Mas como todo filme tem seus pontos fracos, algumas cenas experimentais, que comprometem o ritmo da trama, podem afastar a atenção do espectador. Indicado a 8 Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Ator Coadjuvante (Javier Barden).
NOTA 8,5

EU SOU A LENDA
EUA/2007
De Francis Lawrence
Com Will Smith, Alice Braga, Salli Richardson
Ficção Científica
Site Oficial: http://iamlegend.warnerbros.com
Um vírus é criado pelos humanos e se espalha rapidamente pela cidade de Nova York, deixando como único sobrevivente na cidade, e talvez no mundo, o cientista Robert Neville. Ele tenta achar uma saída para reverter os efeitos do vírus enquanto tenta achar novos sobreviventes.
A trama consegue passar para o espectador toda a solidão e desespero do protagonista ao mesmo tempo em que explica através de rápidos flashbacks sua motivação em continuar tentando mudar o que restou do mundo. Com direção precisa, as cenas tranqüilas e vazias passam para cenários de terror e nervosismo com bastante eficiência. Faltam diálogos
brilhantes mas sobram emoções contidas na interpretação competente de Will Smith. Porém,
há uma pequena queda na trama em sua segunda parte. Na chegada do personagem de Alice
Braga, o filme descamba para uma fuga desenfreada, perdendo a chance da existência de uma
história digna dos grandes clássicos de ficção. A mensagem desejada é repassada ao espectador, mas sem o brilhantismo que poderia se esperar de uma trama com premissa tão interessante. No mais, ótimos efeitos especiais como todo blockbuster necessita e tomadas de câmera bastante originais, como na cena da poça em que Smith cai em uma armadilha ou ainda na cena inicial quando passeamos pelas ruas vazias de Nova York a bordo de um carro esporte dirigido por Smith.
NOTA 8,0


O CAÇADOR DE PIPAS
EUA/2007
De Marc Foster
Com Khalid Abdalla, Saïd Taghmaoui, Shaun Toub, Navid Negahban
Drama
Site Oficial: http://www.kiterunnermovie.com
A história da amizade de Amir, um rico afegão pashtun, e Hassan, um hazara, filho do empregado da família. Depois de anos morando na Califórnia, Amir resolve voltar ao Afeganistão para consertar erros do passado.
O filme, enquanto adaptação, decepciona por vários erros de direção e roteiro. O mais grave de todos foi o fato de não ter sido escolhida a narração em primeira pessoa. Assim, todos os dilemas interiores de Amir, tal como o ciúme que tinha de Hassan, a admiração contida que tinha pelo pai, o sentimento de medo e covardia que o afligia, entre outros pontos fundamentais para a trama, simplesmente não são passados para o espectador. Somando-se a esses equívocos do roteiro, ainda temos um Foster (A Última Ceia, Em Busca da Terra do Nunca) sem o ritmo adequado de direção, não insistindo em cenas importantes da trama, como a tragédia de Hassan quando criança, a descoberta do Amir adulto em sua conversa com Rahrim Khan ou até mesmo no clímax da história, tão banal que não faz jus a toda a saga do protagonista. Alguns diálogos desnecessários somados a outros importantes que foram modificados da pior forma possível fazem com que essa adaptação perca cada vez mais crédito. Em certas ocasiões, fica claro uma indecisão nos cortes de edição (como no
diálogo sobre o orfanato logo no início, que foi esquecido e não mais é mencionado na trama). Foster conseguiu passar superficialidade e falta de emoção em uma história que é exatamente o oposto. Destaque apenas para as belas cenas do confronto de pipas além das interpretações de Amir e Hassan crianças. A ótima trilha sonora foi indicada ao Oscar desse ano. Como filme, torna-se apenas razoável, mas se o espectador lembrar que é uma adaptação de uma história emocionante em sua complexidade de sentimentos, torna-se catastrófico.
NOTA 4,5

1 comentários: