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quarta-feira, março 11, 2009

O LEITOR

O LEITOR
(The Reader)
EUA-Alemanha/2008
Direção: Stephen Daldry (Billy Elliot, As Horas)
Elenco: Kate Winslet, Ralph Fiennes, David Kross, Jeanette Hain
Principais Prêmios: Indicado ao Oscar de Melhor Filme e Melhor Direção. Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante e do Oscar de Melhor Atriz (Kate Winslet).
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0976051/
Drama / Romance

"O que você seria capaz de fazer para esconder um segredo?"

Determinados acontecimentos ficam marcados durante anos, principalmente se tais fatos ocorrem durante a adolescência. É o que Michael Berg, de 15 anos, vivencia, após encontros furtivos com uma mulher bem mais velha que ele. A paixão logo se intensifica e Hanna Schmitz ensina os primeiros passos do amor para o jovem rapaz. Ele, em contrapartida, lê os mais variados livros para ela. Mas os conflitos gerados por situações comuns em sua idade faz com que eles briguem constantemente. E o repentino desaparecimento de Hanna acaba por aumentar ainda mais a importância dessa estranha relação. Ao longo dos anos, sua vida sempre será pontuada por este caso.















Literatura e amor juntos em "O Leitor"

Esses elementos fazem com que o filme de Stephen Daldry ganhe em profundidade e aproxime os dilemas dos personagens aos mais íntimos comportamentos humanos. Daldry já fizera algo semelhante em seus filmes anteriores, "Billy Elliot" e "As Horas". O cineasta, em seu terceiro filme, imprime um estilo único que mantém sua média impressionante em relação ao Oscar: três filmes, três indicações. Além de conflitos internos, o diretor costuma abordar as transformações passados pelos personagens ao longo do tempo devido a fatos chocantes na vida dos mesmos. A influência de decisões que dependem unicamente da personalidade dos envolvidos. Não chega a ser um profundo estudo psicológico, comparado aos clássicos de Ingmar Bergman, mas Daldry (que tem uma forte carreira teatral) prova que suas influências são enriquecedoras para a cena cinematográfica atual, ressaltando discussões pouco abordadas recentemente.
David Hare, mesmo roteirista de As Horas, adapta brilhantemente a obra de Bernhard Schlink, deixando escapar sentimentos e atitudes na hora certa, com diálogos que prendem a atenção até o final, sempre com um toque de suspense. O que não deixa de ser admirável para uma história que começa como "Lolita" às avessas. Mas tal começo é essencial para a empatia do protagonista perante o espectador. Até porque David Kross como o jovem Michael brilha em relação ao apagado Ralph Fiennes na fase adulta.
Ao propor falar sobre nazismo, a trama mostra dois lados antagônicos: os agentes, que participaram ativamente do relato, e os receptores, aqueles que estão apenas analisando os fatos, tentando entender as motivações daquelas pessoas que ao mesmo tempo se mostram simples e monstruosas. Mas a presença do tribunal não serve apenas para julgar crimes, mas simbolizar mais um dilema vivido por Michael. Apesar de estar ao lado dos receptores, sua vida também está sendo julgada de certo modo.




O Leitor: amor rodeado por culpa e omissão
Kate Winslet, que não precisa mais provar nada, interpreta de forma magnífica uma mulher simplória, que tem seus príncipios (altamente discutíveis) e misteriosa ao ponto de se tentar entender suas angústias, medos e ambições até a última cena. Cada fase de Michael que nos é apresentada, vemos a insegurança e arrependimento impressos em seu rosto. Como demonstrar para uma grande paixão que poderia ter sido diferente? E que os caminhos são trilhados baseados em decisões (às vezes equivocadas) na qual se pode pelo menos vir a tornar-se uma trilha de esperanças e devoções.

NOTA 9,0

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