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terça-feira, fevereiro 21, 2006

RESENHAS DE FILMES 2

BOA NOITE E BOA SORTE
De George Clooney
Com David Straithairn, George Clooney, Patricia Clarkson, Robert Downey Jr.
Drama
Indicações ao Oscar: Filme, diretor (George Clooney), Ator (David Straithairn), Roteiro Original, Fotografia, Direção de Arte

O filme retrata o conflito entre o senador Joseph McCarthy e o jornalista Edward R.Murrow. O primeiro promoveu uma paranóia anticomunista, afetando toda a sociedade norte-americana. O segundo lutou através de seu programa de TV contra as idéias do senador, que praticamente acusava de comunismo toda pessoa que se voltava contra ele. Filmado em preto e branco, a trama mostra um Clooney bastate amadurecido tanto na direção (e é só seu segundo filme) quanto na atuação. Misturando imagens reais do senador, Clooney consegue criar uma atmosfera de tensão e preocupação realmente existentes na década de 50 nos EUA. O elenco foi bem escolhido e a trama não se torna monótona, como poderia ficar caso não tivesse uma boa direção. Mas a história não tem grandes sacadas, acabando por virar apenas bons discursos políticos de ambos os lados. Como documentário de um importante fato histórico, funciona brilhantemente. Como um filme de ficção, falta história. Com isso, os personagens secundários se perdem em torno do conflito entre Murrow e McCarthy. Exemplo claro de que pode-se ter uma grande direção em meio a uma trama sem grandes atrativos.
NOTA 7,5

O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN
De Ang Lee
Com Heath Ledger, Jake Gyllenhaal, Michelle Williams
Drama
Indicações ao Oscar: Filme, Diretor (Ang Lee), Ator (Heath Ledger), Ator Coadjuvante (Jake Gyllenhaal), Atriz Coadjuvante (Michelle Williams), Roteiro Adaptado, Fotografia, Trilha Sonora

Dois cowboys vão trabalhar juntos na Montanha Brokeback, e acabam se apaixonando. Esse fato vai gerar muitos conflitos depois que os dois são dispensados e se separam. Cada um forma sua família e terão que conviver com esse segredo quando se reencontrarem.Depois de "Hulk" e "O Tigre e o Dragão", Ang Lee dirige um corajoso e ousado drama, que se perde em meio a polêmicas e temas difíceis. Saber como abordar temas complicados é um mérito, mas o essencial de um filme é ter uma história coesa e madura e não jogar idéias aleatórias em cenas ora chocantes ora monótonas. O filme, bastante aclamado pela crítica, nada mais é que um romance água com acúcar que se fosse heterossexual,poderia muito bem ser interpretado por Meg Ryan e nunca teria essa repercussão. Mas há fatores que salvam a trama e não é exatamente a direção (pouco segura mas eficiente) de Ang Lee. E sim as grandes interpretações dos dois protagonistas além da surpreendente atuação de Michelle Willians (Dawson's Creek). Destaque também para a fotografia, destacando paisagens do oeste americano, além da trilha sonora. Um filme apenas razoável, que tem muito a aprender com Crash em fazer de um tema difícil uma grande trama envolvente.
NOTA 5,0

MUNIQUE
de Steven Spieberg
Com Eric Bana, Geoffrey Rush
Drama
Indicações ao Oscar: Filme, Diretor (Steven Spielberg), Roteiro Adaptado, Montagem, Trilha Sonora

Depois do atentado a doze judeus ocorrido nos Jogos Olímpicos de Munique, governo recruta agente pouco experiente em ações terroristas para matar todos os onze envolvidos no massacre. O filme não se resume apenas à história que conta. Tem algo mais, faz o público refletir, demonstra os dois lados da história (a eterna luta entre árabes e judeus), os prós e contras de cada um, sem no entanto, tomar partido por um deles. Questiona se a melhor solução é revidar a cada ataque adversário numa bola de neve sem fim. Mas todas essas questões se apresentam em uma trama envolvente, cheia de suspense e ação (algumas com as melhores tomadas da carreira de Spielberg), além de dilemas envolvendo pessoas inocentes envolvidas de repente em uma guerra. A missão de matar pessoas pela primeira vez e vários fatos que acarretam em uma mudança de vida para o protagonista (muito bem interpretado pelo "Hulk" Eric Bana) são bem contados e mostrados para o espectador. As pequenas incursões jornalísticas dão o ar de filme baseado em fatos reais. No entanto, poderia ter sido mais informativo no final (como é comum em tramas desse estilo). As quase três horas de filme podem soar um pouco monótonas em certas partes, devido às longas divagações políticas que conflitam vários personagens, mas ao mesmo tempo, soam interessantes para um público que se vê envolvido pela história. Sem dúvida, um forte concorrente ao Oscar de melhor filme e à recuperação da carreira de Spieberg, depois do fracos "A.I.Inteligência Artificial" e "Guerra dos Mundos".
NOTA 9,0

O JARDINEIRO FIEL
De Fernando Meirelles
Com Ralph Fiennes, Rachel Weisz
Drama
Indicações ao Oscar: Atriz Coadjuvante (Rachel Weisz), Roteiro Adaptado, Montagem, Trilha Sonora

Mulher é assassinada na África, supostamente por seu amante. O marido dela, o jardineiro do título, não acredita nos boatos (apesar dos últimos tempos relembrados por ele) e resolve investigar o caso por conta própria, podendo desmascarar uma indústria farmacêutica que faz operações ilegais utilizando cobaias humanas. Baseado na obra de John Le Carré, a trama surpreende por seu roteiro bem estruturado, novamente não linear (característica de Meirelles, algo que já se apresentava em Cidade de Deus) e discussões de questões humanas e sociais. O público mergulha na história de Tessa, e é levado a questionar o caráter dela, tendo as mesmas dúvidas que o protagonista. Méritos da competente direção e roteiro. Além disso, Meirelles extraiu o que Fiennes e Weisz têm de melhor, fazendo com que eles tivessem grandes interpretações. As críticas sociais novamente estão presentes, por vezes chocando o público e abrindo os olhos de quem prefere não ver os horrores que acontecem na África. Mais uma vez Meirelles prova que não é um diretor de uma maravilha só.
NOTA 9,0

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