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quarta-feira, maio 30, 2012

PARAÍSOS ARTIFICIAIS


PARAÍSOS ARTIFICIAIS 
(Paraísos Artificiais) 
Brasil/2012 
De Marcos Prado (Estamira)
Com Nathalia Dill, Luca Bianchi, Lívia de Bueno, Emilio Orciollo Neto
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2102396/ 
Drama 
 Érika e Lara vivem um romance em meio às praias paradisíacas do Nordeste brasileiro, onde acontece uma rave. Dois anos depois, Érika está namorando Nando, em Amsterdã. O filme acompanha as duas histórias paralelamente, mostrando causas e consequëncias dos atos cometidos pelos personagens.

Confira abaixo o trailer do filme:




       O filme de Marcos Prado tem estrutura de filme europeu, com diálogos reflexivos e cenas bastante sensuais. O roteiro que mostra o presente e o passado em vias paralelas é o grande trunfo do filme. Nota-se a maturidade dos personagens e aos poucos os motivos pelo qual eles ganharam essa maturidade.














"Nós somos as rainhas do mundo!"

        A música eletrônica está presente em grande parte do filme, além das drogas e dos problemas familiares. Todos esses elementos contribui para a construção dos paraísos artificiais do título do filme. Resta aos protagonistas encontrar seu paraíso real, vencendo os problemas que eles mesmos alcançaram por terem se prendido a um mundo irreal.

A trama prova que o cinema autoral no Brasil também tem seu espaço e que sempre é possível fazer um grande filme tendo uma história criativa e com bastante reflexões sem apelar para comédias vazias ou repetição de modelos ultrapassados. "Paraísos Artificiais" é um filme moderno, com discussões atuais e importantes para um público antenado e inteligente. Destaque também para a bela fotografia e trilha sonora.

NOTA 8,5


terça-feira, maio 22, 2012

A DANÇARINA E O LADRÃO

A DANÇARINA E O LADRÃO
(El baile de la Victoria)
Argentina/2009
De Fernando Trueba (Sedução, Chico & Rita, Quero Dizer Que Te Amo, Calle 54)
Com Ricardo Darin, Abel Ayala, Miranda Bodenhofer, Ariadna Gil
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1243375/
Drama

Nicolás Vergara Grey é um famoso arrombador de cofres que ganha anistia. No mesmo dia, um jovem ladrão também é solto. Ele é Angel Santiago, que acaba conhecendo na rua uma garota muda e exímia dançarina. Aos poucos, eles começam a ter um relacionamento, enquanto Angel tenta convencer Vergara Grey a iniciar um roubo milionário.

Confira abaixo o trailer do filme:




O cinema argentino tem passado por uma fase áurea. Ricardo Darin é um dos maiores atores da atualidade.
Quando junta-se os dois, provavelmente uma pequena obra-prima surge, como é o caso de "O Segredo de Seus Olhos", "O Filho da Noiva", "Nove Rainhas" e "XXY". Dessa vez, Darin faz as vezes de coadjuvante para uma dupla nada convencional (a do título).


A história de "A Dançarina e o Ladrão", indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, é cheia de contrastes. Vergara Grey é um sujeito de meia idade que sai da cadeia disposto a se aposentar e acaba tendo uma grande desilusão. Angel Santiago é um jovem que sai da cadeia disposto a cometer um crime que irá deixá-lo milionário, tendo grandes esperanças para seu futuro. Angel conhece então Victoria Ponce, uma muda. Angel é um sujeito que não para de falar um só instante. E a trama tenta conduzir o relacionamento entre esses três personagens em um Chile permeado de traumas pós-ditadura.














"Eu roubo e você dança!"

Como em muitos filmes argentinos, a crítica social está presente de forma sutil e bastante inteligente, como pano de fundo para a história dos protagonistas. Em contrapartida, o balé torna-se instrumento de esperança e mudança de vida, em um apelo igual ou até mesmo maior que em "Cisne Negro". Um filme que se mostra bastante complexo e reflexivo, sem ser chato e monótono como alguns filmes dito intelectuais.


NOTA 9,0

domingo, maio 13, 2012

ONDE FOI PARAR O CINEMA?

por Laura Furtado















O cinema está morto, diz o britânico Peter Greenaway. Diretor de "O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante" (1989), "A Última Tempestade" (1991) e "O Livro de Cabeceira" (1995), ele veio a São Paulo nesta semana para fazer uma palestra da série Fronteiras do Pensamento.

Greenaway acredita que o cinema narrativo (aquele que se limita a contar histórias, como se fosse um romance, muitas vezes recorrendo mais à palavra do que às imagens) já deu o que tinha para dar, e que o audiovisual precisa começar de novo, a partir do zero.

Sérgio Rizzo – Ultrapop – 08/05/2012

Em minha modesta opinião de cinéfila acho que não é o cinema narrativo que está morto, mas sim a criatividade das novas ideias. Cada vez mais vemos remakes e estórias antigas recontadas de outra forma, além das intermináveis continuações (sequências) que já foram até motivo de piada em outros filmes (Tubarão 19 em cartaz em De Volta para Futuro 2).

Nada contra as continuações, mas a moda das “trilogias” é um pouco demais. Por que não se pode contar uma estória em um ou dois filmes? Tem que ser sempre em três ou múltiplos???

O artigo acima diz que os investimentos de Hollywood em filmes 3D comprovam esta teoria. Eu acho que o 3D surgiu como uma “distração”, como uma forma de desviar nossa atenção do fato de que não há estórias novas, só novos meios de contá-las.

E embora Hollywood esteja investindo em filmes 3D, a motivação não é só “dar nova vida ao cinema”, é também buscar uma forma de diminuir a pirataria, pois ainda não conseguiram piratear um filme com seus efeitos 3D. No entanto, a Academia (Oscar) tem dado sinais de que prefere boas estórias, contadas a preços razoáveis, do que superproduções que já ultrapassaram em muito a casa dos 100 milhões de dólares.

Para mim, não há efeito especial mais poderoso do que a mente humana. Um cineasta que é capaz de contar uma estória tão envolvente de forma que o espectador se sinta “capturado” e a vivencie junto com os personagens tem um sucesso garantido nas mãos, porque isto é que é o cinema: entretenimento, diversão. Uma pessoa entrar em um cinema, carregada com seus problemas diários, e sair de lá mais leve e feliz porque assistiu a uma bela estória. E durante o tempo que durou a projeção do filme simplesmente esqueceu-se de tudo e se concentrou no que estava na telona.

Eu acho que cinema, por tudo que pode oferecer em termos de entretenimento, deve ser uma diversão ao alcance de todos, daqueles que podem ter uma super cadeira que se mova junto com o filme até aquele que assiste ao filme em uma televisão através do vidro de uma vitrine.

Lembram-se de “A Rosa Púrpura do Cairo”? Não vamos discutir o filme porque nem todo mundo gosta de Woody Allen, mas neste filme ele representou o que é a minha ideia de um bom filme, quando o espectador entra no filme e sente-se parte da trama.

Recentemente tenho prestado atenção a estórias que sejam capazes de envolver o espectador e cito algumas: Guess who’s coming to dinner (Adivinhe quem vem para jantar). Quem não se emociona com o discurso final de Spencer Tracy? Essa é uma estória de 1967 e acho que podemos dizer que ainda se repete por ai...

Secretariat (2010), como não se emocionar no final da corrida ao ouvir as palavras do Livro de Jó (capítulo 39), quando Deus descreve os cavalos: versículo 22 “It laughs at fear, afraid of nothing; it does not shy away from the sword”, versículo 24 “In frenzied excitement it eats up the ground; it cannot stand still when the trumpets sounds”. Quem já teve a oportunidade de assistir a uma corrida de cavalos sabe quão apropriadas essas palavras são, porque eles não conseguem ficar imóveis ao som das trombetas...

How to train your dragon (Como treinar o seu dragão): quem não quer um dragão como “Toothless”? Eu só não o chamaria de “Sem dentes”, mas eu queria ter um dragão como ele, não tenham dúvidas.

Ainda há esperança, mesmo com tantas refilmagens (a última que fiquei sabendo é Carrie, a estranha), de vez em quando surge uma ideia cativante, um dragão, um cavalo, um homem ou mulher... E embora sejam boas “distrações” eu não preciso de 3D ou 4D para realmente apreciar um bom filme. Pensem em Chaplin, que não precisava muito mais do que sua bengala para nos contar uma linda estória...

Para finalizar lembrei-me de “A História sem Fim” (Die unendlich Geschichte – 1984), pois a minha ideia de se envolver com o filme pode ser representada pelo menino Barret montando o dragão Falkor e seguindo em suas aventuras. E não é que há outra “Neverending Story” anunciada para 2014?

Laura Furtado é cinéfila, esposa de cinéfilo, craque no Bolão do Oscar e colaboradora de artigos do WCinema


domingo, maio 06, 2012

OS VINGADORES

OS VINGADORES - THE AVENGERS 
(The Avengers)
EUA/2012 
De Joss Whedon (Firefly, Buffy: A Caça-Vampiros, Serenity) 
Com Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Tom Hiddleston, Clark Gregg, Samuel L.Jackson, Stellan Skarsgard, Gwyneth Paltrow 
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0848228/ 
Aventura 

 Nick Fury, que coordena a S.H.I.E.L.D., resolve juntar um time de super-heróis, formado pelo Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Hulk, Viúva Negra e Gavião Arqueiro, para proteger a Terra de Loki e seu exército.

Confira abaixo o trailer do filme:




        O filme de Joss Whedon conseguiu o feito de entrar para o time dos melhores filmes de heróis já feitos para o cinema, ao lado de "O Cavaleiro das Trevas" e "Watchmen". Juntar todos os heróis que a Marvel fez questão de apresentar antes em aventuras solo já era esperado com muita expectativa. O que superou essas expectativas foi a melhor interpretação de cada ator para o seu respectivo herói.
Robert Downey Jr. está impecável, distribuindo piadas para todo tipo de situação e personagem com quem tem interação. Seu duelo com o Capitão América é um dos pontos altos do filme. Nem o Gavião Arqueiro escapou do humor ácido do Homem de Ferro! Chris Evans finalmente convence como o antiquado e defensor da subordinação e organização hierárquica como bom soldado que é. Chris Hemsworth não compromete, fazendo o que o Thor realmente é. A Viúva Negra de Scarlett Johansson está ainda melhor. Jeremy Renner não tem muitas cenas para seu Gavião Arqueiro, mostrando que realmente faltou um filme de apresentação para ele.












"Elementar, meu caro Thor!"

         Porém, a grande expectativa era para o Hulk de Mark Ruffalo. O papel que em menos de dez anos já foi de Eric Bana e Edward Norton parece que encontrou seu ator definitivo. Ruffalo faz um Bruce Banner que parece estar a base de rivotril durante boa parte da trama, contrastando o Hulk mais animalesco e destruidor já visto no cinema! Loki que o diga!
 "Os Vingadores" tem tudo para bater recordes de bilheteria merecidamente. Sua versão 3d é mais uma que não aproveita o máximo que a tecnologia pode proporcionar, mas ainda assim tem boas cenas. Imperdível, ainda mais para quem viu todos os filmes solos dos heróis.


NOTA 9,5