RESENHA DE FILMES 22

TRANSFORMERS
EUA/2007
De Michael Bay
Com Josh Duhamel, Kevin Dunn, Megan Fox, Shia LaBeouf, John Turturro, Jon Voight
Ação
Os Autobots e os Decepticons, duas raças alienígenas robóticas, são inimigas há séculos. A guerra entre elas chega à Terra, colocando os humanos em perigo. Os Decepticons buscam a localização de um cubo que fará com que eles tenham poderes para dominar o Universo. Os Autobots tentam proteger os humanos e encontrar o cubo antes de seus inimigos. A chave para descoberta do objeto está nas mãos de um adolescente.Considerado uma história quase impossível de virar filme, Transformers provou que a tecnologia cinematográfica está cada vez mais ultrapassando barreiras. As tranformações dos robôs estão beirando a perfeição e logicamente são bastante exploradas. As cenas de lutas e perseguições estão impecáveis. Enfim, temos um filme com um capricho técnico como poucos atualmente. Nada melhor que Michael Bay (Armageddon, A Rocha, A Ilha) para nos proporcionar tal feito. Mas e o resto? Novamente temos personagens humanos sem expressão alguma. Um dos trunfos de um filme de ação e aventura é a apresentação dos protagonistas de forma que o espectador tenha alguma espécie de simpatia por eles a ponto de torcer para que eles consigam alcançar seus objetivos ou ainda que se emocione com algum eventual fracasso. Mas a trama mostra-se tão fria e insensível como os robôs que dão nome ao filme. Sorte que esses últimos são considerados os verdadeiros protagonistas da trama. Quanto ao roteiro, apresenta uma história simples com pitadas de ironia (e com poucas mas boas doses de humor). Nada melhor que Michael Bay para nos proporcionar tal feito.Para o que se propõe, Transformers cumpre o prometido. Mas acaba esbarrando na nostalgia ao demorar muito para explicar quem são os robôs e seus reais objetivos. Como se todos que assistirão o filme fossem fãs extremos dos brinquedos e do desenho. Há ainda uma demora sem necessidade de apresentar o vilão da história, Megatron. E uma luta final que poderia ter sido mais caprichada, tendo em vista tudo o que rola durante a trama. Divertido e um ótimo passatempo como uma superprodução tem que ser, mas um pouco superestimado.
NOTA 7,5

SANEAMENTO BÁSICO, O FILME
Brasil/2007
De Jorge Furtado
Com Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga, Paulo José, Tonico Pereira, Lázaro Ramos
Comédia
A comunidade de Linha Cristal, uma cidade pequena do sul do país, decide que é preciso construir uma fossa para o tratamento do esgoto. Alguns moradores resolvem fazer um filme de ficção para arrecadar fundos para a obra.Furtado (O Homem Que Copiava, Meu Tio Matou um Cara) prova ser um dos diretores mais criativos na atualidade. Com estilo teatral, Saneamento Básico é uma comédia que aborda temas variados como os problemas sociais e econômicos brasileiros, a falta de compromisso do governo com obras fundamentais mas sem visibilidade, além do comportamento do ser humano frente a determinadas situações. Como exemplo, temos a garota simples que começa a ter ataques de estrelismos por ser protagonista do curta, ou ainda o ex-prefeito que percebe poder voltar ao centro de atenções ao participar do curta, improvisando ao máximo. Mas além de todos esses detalhes, temos acima de tudo uma mostra das dificuldades de se fazer um filme amador no Brasil. E ao mesmo tempo, temos as soluções encontradas para que o sonho de fazer cinema se torne realidade. Furtado magnificamente cria uma comédia de pequenos dramas, sem protagonistas, no melhor estilo de Robert Altman. E consegue divertir e emocionar ao mesmo tempo em um dos melhores filmes brasileiros dos últimos tempos.
NOTA 9,0

O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA
Reino Unido/2006
De Kevin Macdonald
Com Forest Whitaker, James McAvoy, Gillian Anderson, Kerry Washington
Drama
Baseado em fatos reais, mostra o que aconteceu na Uganda na década de 70, durante o governo de Idi Amin. O ditador foi acusado de exterminar milhares de pessoas. A história é contada sob o ponto de vista de seu médico pessoal.A trama utiliza-se de um protagonista com maneiras caricatas. beirando a comédia em algumas situações para então depois mergulhar pouco a pouco em teorias conspiratórias, cenas de nervosismo e tensão. Tudo para reproduzir a atmosfera de terror ocorrida na época de Amin. O resultado é eficiente, mas seria pouco emocionante se não fosse a entrega extrema de Forest Whitaker, interpretando o terrível ditador. O ator, que ganhou o Oscar por essa atuação, dita os rumos da trama, mostrando tanto o lado divertido quanto trágico do personagem. McAvoy não fica atrás, indo da empolgação ao desespero em uma atuação injustiçada pela não indicação ao Oscar. A trama ainda encontra tempo para críticas sociais e imperialistas. Um retrato verdadeiro e chocante de acontecimentos ainda presentes, mas que se apóia na atuação dos protagonistas e não na história em si.
NOTA 7,0