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quarta-feira, agosto 20, 2008

RESENHA DE FILMES 31

BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS
EUA/2008
De Christopher Nolan
Com Christian Bale, Heath Ledger, Michael Caine, Morgan Freeman, Maggie Gylenhall, Cyllian Murphy
Ação/Policial
Batman enfrenta um perigoso vilão, o caótico Coringa, que tenta fazer com que ele tenha que revelar sua verdadeira identidade para Gotham. Enquanto isso, o advogado Harvey Dent faz sucesso prendendo os maiores criminosos da cidade.
Dessa vez, Christopher Nolan (Amnésia, Insônia, Batman Begins) desconstrói o modelo de adaptação de histórias em quadrinhos para criar algo além, sem qualquer precedente. "Batman - O Cavaleiro das Trevas" carrega em suas influências o conflito policial de Sérpico (do grande Sidney Lumet), o dinamismo e a busca pelo poder de Scarface e, sobretudo, a análise das relações humanas frente a perigos tão monstruosos quanto caóticos. E um dos grandes responsáveis por essa última característica é o Coringa de Heath Ledger, extremista, indiferente, sarcástico, independente e sádico. Sua psicopatia é tão intensa que não é preciso cenas de torturas baratas para compreendermos e sentirmos na pele toda a profusão de sentimentos passados pelo personagem. Aaron Eckart e seu Harvey Dent também consegue brilhantemente mostrar a transformação de um carismático defensor da lei para um amargurado criminoso. E Christian Bale demonstra cada vez mais que é o Batman definitivo. Roteiro inteligente e direção ágil, a trama destaca algumas cenas que já se tornam antológicas, como o assalto ao banco com vários "Coringas". Nolan joga o espectador em meio ao caos que se torna Gotham City e só não consegue fazer o melhor filme de super-herói de todos os tempos, por uma única razão: Batman - O Cavaleiro das Trevas não é um filme de super-herói, é algo muito além de uma simples adaptação.
NOTA 10,0

ENCARNAÇÃO DO DEMÔNIO
Brasil/2008
De José Mojica Marins
Com José Mojica Marins, Jece Valadão, José Celso, Luís Melo
Terror
Zé do Caixão é libertado depois de quarenta anos e segue sua busca pela mulher que vai gerar seu filho perfeito. Mas terá que enfrentar a polícia e um monge com sede de vingança para alcançar seus objetivos.
José Mojica Marins prova que o tempo não fez com que perdesse a alcunha de mestre do terror brasileiro. Com orçamento bem mais generoso do que seus filmes costumam ter, ele monta uma saga cujo roteiro não é tão criativo (a premissa é rigorosamente a mesma dos outros dois filmes que compõe a trilogia), mas compensa pelas situações grotescas e hilárias da trama. A história não se preocupa em responder questões como "Por que Zé do Caixão foi solto?" ou "O que faz com que uma mulher seja perfeita para gerar o filho dele?". O que importa é mostrar como ele vai tentar atingir sua meta, mesmo assombrado por antigas vítimas que tentam enlouquecê-lo. As cenas de tortura estão convincentes e o elenco está afiado, mesmo com algumas interpretações caricatas. O filme segue com cenas aleatórias mas representativas, como a visita de Zé do Caixão ao purgatório e seu vislumbre aos atos canibalescos existentes no local, algo que poderia ser um cenário de Pasolini. Já as cenas do esconderijo onde se realizam as torturas parecem saídas de "Drácula". E o terror da trama cresce alheio às críticas sociais que o filme passeia paralelamente mas não faz questão de abordar. Afinal, o propósito da história é mostrar o horror. Não discorrer sobre ele.
NOTA 7,5

SCARFACE
EUA/1983
De Brian de Palma
Com Al Pacino, Michelle Pfeiffer, Mary Elizabeth Mastrantonio, Steven Bauer
Policial
Tony Montana é um refugiado cubano que trabalha em uma lanchonete. Sua vida começa a mudar quando faz um trabalho para um bando de traficantes. Ganhando a confiança de um milionário envolvido com o tráfico, ele fica rico, mas ao mesmo tempo sua índole pode acabar com todo o império que ele construiu.
Um dos maiores clássicos do gênero policial e do diretor Brian De Palma (Carrie, Os Intocáveis), a trama se utiliza do clichê hollywoodiano "anscensão e declínio de personagem" de uma forma radical e criativa. Mas o diferencial é a brilhante atuação de um jovem Al Pacino transmitindo toda a revolta, loucura e antipatia que o personagem exigia. Com cenas antológicas de tiroteios e perseguições, a trama ainda aborda temas sociais e políticos, mascarados em meio a conduta de Tony. Um clássico indiscutível que, em suas quase três horas de duração, consegue aliar entretenimento com reflexão.
NOTA 9,0

2 comentários:

  1. Eu vi o Encarnação do Demônio! Uma pena: só estavam eu e mais duas pessoas na sessão. Não é uma obra de arte extraordinária, mas eu o considero obrigatório na medida em que o personagem Zé do Caíxão tornou-se tão conhecido. E penso que há também um ar de originalidade; algo especial que escapa dos padrões do cinemão. É realmente uma pena que foi tão mal recepcionado.

    Abraço, Warny!

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  2. Anônimo2:20 PM

    Batman é um homem de pijama!

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