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segunda-feira, setembro 22, 2008

RESENHA DE FILMES 32

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Brasil, Canadá/ 2008
De Fernando Meirelles
Com Juliane Moore, Mark Rufallo, Gael Garcia Bernal, Danny Glover, Alice Braga
Drama
Um homem perde repentinamente a visão no trânsito. Conforme vai tendo contato com outras pessoas, a cegueira começa a se alastrar. O governo então decide tomar medidas para conter essa estranha epidemia, enquanto que os cegos precisam se adaptar à quarentena imposta a eles.
O filme, baseado na obra de José Saramago, vencedora do Prêmio Nobel, era considerada infilmável por muitos. Meirelles conseguiu estabelecer um ritmo perfeito à trama, enfatizando na medida certa as metáforas presentes no livro, sem radicalismos ou discrições. Em uma trama linear (sua primeira versão começaria no sanatório e teria flashbacks de como a cegueira atingiu cada personagem), arranca atuações brilhantes de Juliane Moore e Gael Garcia Bernal, mas o ritmo desenfreado, ou a falta de tempo, fez com que os personagens (que são muitos) não se destacassem de forma com que o espectador pudesse se acostumar com eles. Não há menção aos novos nomes que os cegos passam a adotar, como a "Mulher do Médico" (Juliane Moore), o "Velho da Venda Preta" (Danny Glover, muito discreto para a importância do personagem) ou a "Rapariga dos óculos Escuros" (Alice Braga, recuperada da insignificante participação em "Eu Sou a Lenda"). Não há também os trocadilhos com palavras referentes à cegueira, presentes em todo o romance de Saramago. Mas há, pelo menos, as principais referências que o autor quis mostrar nessa célebre história: a descivilização, a dependência do ser humano aos seus mais puros instintos e o declínio da sociedade perante a mudanças inexplicáveis. A relação entre os cegos da trama demontra como o mundo está caminhando sem altruísmo e fraternidade, mas lança uma ponta de esperança no horizonte. E vê quem quiser.
NOTA 8,0













Juliane Moore: Guiando o grupo na cidade dos cegos



HELLBOY 2 - O EXÉRCITO DOURADO
EUA / 2008
De Guillermo Del Toro
Com Ron Pearlman, Selma Blair, Doug Jones, Anna Walton
Aventura
Um rei élfico decide criar um exército indestrutível para evitar que seu povo desapareça frente à ambição dos humanos. Mas o exército é tão monstruoso que ele resolve aprisioná-los e separar o objeto que abre a prisão em três partes. Séculos depois, seu filho planeja liderar o exército em busca de liberdade para os povos não humanos. Hellboy tenta defender o mundo perante essa ameaça.
Del Toro (Hellboy, Blade 2, O Labirinto do Fauno) prova mais uma vez que quando o assunto é fantasia, não é parecido com Peter Jackson apenas na fisionomia, e sim também no talento. Mostrando mais irreverência e com a despreocupação de não ter que contar as origens do personagem, a história flui naturalmente, com roteiro divertido e com um dilema interessante, apesar de batido: o herói que se sente atraído para descambar pro lado inimigo. Recheado de personagens bizarros e contando com excelentes efeitos especiais, a trama ainda consegue ter discussões como a ambição do ser humano, ingratidão e crises existenciais. Agora resta esperar o que Del Toro vai conseguir com a adaptação de "O Hobbit" sob a produção do sósia Peter Jackson.
NOTA 8,5











Hellboy e seu grupo: personagens bizarros defendem o mundo



O NEVOEIRO
EUA / 2007
De Frank Darabont
Com Thomas Jane, Marcia Gay Harden, Alexa Davalos, William Sadler, Toby Jones
Terror
Uma névoa vinda das montanhas encobre uma cidade pequena dos EUA. Alguns moradores ficam presos dentro do supermercado e descobrem que há monstros dizimando quem quer que se aventure do lado de fora. Diante desse fato, a reação e a personalidade de cada pessoa pode ser decisiva para enfrentar esse perigo.
Darabont já provou ser mestre em adaptar obras de Stephen King, vide À Espera de um Milagre
e Um Sonho de Liberdade. Dessa vez, utilizou ingredientes menos convencionais e cada vez mais parecidos com os dos livros. O resultado é um filme recheado de terror psicológico, que discute temas como a oposição entre a cientologia e a religiosidade, o desespero motivado pela falta de liberdade, a descivilização da humanidade frente a mudanças impostas pela natureza (Ensaio Sobre a Cegueira?), além das já características relações entre personalidades diferentes. Em The Mist (no original), mais uma vez a perspectiva do ser humano é vista através de uma cidade pequena, cujos moradores chegam ao limite de seus mais profundos pensamentos quando se veêm diante de algo sobrenatural. Como na maioria dos livros de King, os monstros servem como alegorias para um estudo sociológico e psicológico da humanidade, o que é muito bem retratado na trama, sem apelar para grandes explicações ou um final redentor e apoteótico.
NOTA 9,0







O Nevoeiro: conflitos psicológicos e sociais na busca por respostas

2 comentários:

  1. o filme eh horroroso... chato de doer... e naum pensem q o filme eh "cabeça" e eu sou acéfalo... na verdade, eu assumo que sou acéfalo, mas o filme eh um porre mesmo, custa a passar, se vc dormir meia hora e acordar, vc naum perde nada...

    grandes nomes do cinema foram estupidamente utilizados. Fala sério, falar que a atuacao do Gael Garcia foi ótima é mentira!

    Danny Glover mal fala... deve ter umas 3 ou 4 falas somente.

    Soh vale a pena assistir por causa do valor do ingresso no iguatemi: 3 reais. E t digo que será um péssimo investimento.

    soh p/ lembrar:

    O FILME EH HORROROSO!!!!

    Léo Pose,

    O Mundo dos Machos

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  2. Eu fiquei muito contente com o ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA. Fui para o cinema preparado para o que é normal: achar que o livro é bem melhor do que o filme e que a adaptação foi ruim. Mas fiquei surpreso e gostei bastante. Alguns trechos foram suprimidos, mas, se não fossem, ficaria muito longo. Outra preocupação que tinha era quanto à intensidade das cenas, principalmente quanto à imundície e aos estupros. Tinha receio que amenizassem demais. Mas acho que isso não ocorreu.

    Uma amiga foi comigo e disse: “tinham que passar isso no colégio e no lugar do horário eleitoral”. Eu concordo. O filme faz pensar bastante.

    Um abraço, Warny!

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