Pages

Ads 468x60px

terça-feira, outubro 14, 2008

FESTIVAL DO RIO 2008, O DIÁRIO - PARTE 1

26/09 - SEXTA-FEIRA

O Festival começou no dia anterior com a exibição para convidados do filme "Última Parada 174". Como o Blog WCinema ainda não tem prestígio suficiente para tanto, assisti o filme de Bruno Barreto na sexta, no Odeon, às 17h30, enquanto Ary Fontoura apresentava "A Guerra dos Rocha" no Palacio (que promete ser mais um filme exageradamente alegórico de Jorge Fernando). Cheguei quase atrasado, mas ainda consegui um bom lugar para ver o Última Parada 174. A disputa para ver o concorrente do Brasil a uma vaga no Oscar estava tão grande que tinha gente em pé ára ver o longa. Já era por volta de 20h30 e eu estava na fila gigantesca para conferir o novo filme dos Irmãos Cohen, "Queime Depois de Ler". Pessoas comentando "Deve ser bom, é dos irmãos Cohen, aqueles que ganharam o Oscar ano passado!" demonstravam que eles estão na moda. Como o Shyamalan na época de "Sexto Sentido". Mas com a diferença que os Irmãos Cohen têm um trabalho sólido e respeitável muito antes de "Onde os Fracos Não Têm Vez". E não estou falando de "E aí, Meu Irmão, Cadê Você?".
















Última Parada 174: André Ramiro como oficial do BOPE, será outro filme?

ÚLTIMA PARADA 174
Brasil / 2008
De Bruno Barreto
Com Michel Gomes, Cris Vianna, Marcello Melo Jr., Douglas Silva
Drama
O filme, que é o representante brasileiro concorrendo a uma vaga no Oscar, mostra as origens de Sandro, responsável pela tragédia do ônibus 174 anos atrás. Diferentemente do documentário assinado por José Padilha (Tropa de Elite), Bruno Barreto decidiu por romancear a trama, mas na medida certa, apenas para dar um tom mais ficcional ao enredo. Tal fato serviu para dar ainda mais força aos personagens, com ótimas interpretações em um roteiro eficiente de Bráulio Mantovani (Cidade de Deus, Tropa de Elite). A direção de Barreto é burocrática, em parte porque utiliza-se de conceitos já esmiuçados em outros filmes, como "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite", e até mesmo em seu "O Que é Isso, Companheiro?". Mas a história, que parte da vida de dois meninos com o mesmo nome que se cruzam ao longo dos anos, é tão forte que acaba por colocar em segundo plano eventos importantes da trama como a Chacina da Candelária e o próprio sequestro do ônibus. Pode ter sido o calcanhar de aquiles do filme, mas ao mesmo tempo, é a força em que o filme se apóia para conquistar o público.
NOTA 8,0















Queime Depois de Ler: George Clooney e Frances McDorman se divertindo no cinema

QUEIME DEPOIS DE LER
EUA / 2008
De Ethan Coen e Joel Coen
Com John Malchovich, George Clooney, Frances McDormand, Brad Pitt, Tilda Swinton
Comédia
A volta dos Irmãos Coen à comédia, após um filme pesado como "Onde os Fracos Não Têm Vez" não poderia ser em melhor estilo. Recheado de estrelas e de humor negro, a dupla continua impagável no gênero, lembrando o clássico moderno "O Grande Lebowski". Na trama, agente da CIA (o sempre estranho e ótimo John Malchovich) é demitido e resolve escrever suas memórias. Mas sua mulher (Tilda Swinton) perde o cd na academia, onde dois empregados (Frances McDormand e Brad Pitt) acham e decidem usar o artifício a chantagem, ameaçando entregar os "segredos" para a embaixada russa. Destaque para o tipo cheio de manias vivido por George Clooney, que rouba a cena várias vezes. Mas a história beirando o absurdo, que serve tanto como sátira política quanto cinematográfica, é o que dita as regras nesse curto, porém excelente, filme.
NOTA 9,0

29/09 - SEGUNDA-FEIRA

A mostra Midnight Movies é sem dúvida a melhor do Festival na minha opinião. Os filmes, em sua maioria interessantes, raramente entram em circuito comercial após o festival, diferentemente dos filmes mais procurados.Por isso, preferi ver os filmes dessa mostra ao invés de Rock'n Rolla (Guy Ritchie), Vicky Cristina Barcelona (Woody Allen), Velha Juventude (Francis Ford Coppola) e Guerra Sem Cortes (Brian De Palma). Todos esses vão estrear em vários cinemas. Agora, "O Bom, O Mau, O Bizarro" certamente não.


O Bom, O Mau, O Bizarro: Ninguém me pega!

O BOM, O MAU, O BIZARRO
Coréia do Sul / 2008
De Kim Jee-Woon
Com Jung Woo-sung, Lee Byung-hun, Song Kang-ho
Ação
Já havia visto um filme sul-coreano no festival retrasado, o interessante "The Host", uma aventura com toques de comédia. Já "O Bom, O Mau, O Bizarro" é uma comédia com toques de aventura, ou melhor, de faroeste. Uma caça ao tesouro é desencadeada pelo roubo de um mapa. O ladrão, um misto de Jackie Chan com Michael Myers, protagoniza uma verdadeira saga para encontrar um misterioso tesouro, mas é perseguido tanto pela polícia como por perigosos pistoleiros. As cenas de ação beiram o absurdo propositalmente e acrescentam dinamismo à história que se fosse americana, cairia no clichê. A trama caminha de forma divertida até seu final surpreendentemente interessante.
NOTA 7,5

01/10 - QUARTA-FEIRA

O Casamento de Rachel? Só tinha ouvido falar que Anne Hathaway estava cotada para o Oscar por esse filme. Apesar de drama familiar não ser um dos meus gêneros preferidos, rumei para o Roxy para conferir a atuação da bela atriz.Como cheguei cedo, ainda deu tempo de ver a comédia de Michel Gondry (do cultuado "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças"). Ambas as sessões estavam lotadas, o que comprova que o festival faz cada vez mais sucesso.















Rebobine, Por Favor: Jack Black magnetizando tudo

REBOBINE, POR FAVOR
EUA / 2008
De Michel Gondry
Com Jack Black, Mos Def, Danny Glover, Melonie Diaz, Mia Farrow, Sigourney Weaver
Comédia
O filme prometia ser uma sátira divertida sobre o cinema, ao mostrar a história de dois amigos que decidem refilmar da maneira mais trash possível os filmes da locadora de um deles. Isso porque o personagem de Black, após um acidente, fica magnetizado e estraga todas as fitas VHS da loja. Mas a trama estraga a premissa, não alcançando a criatividade de "Trovão Tropical" nem o carisma de "Saneamento Básico", só para citar filmes que tratam do mesmo tema. As cenas beiram o pastelão e as refilmagens de filmes clássicos ou são rápidas ou são sem inspiração, o que de alguma forma faz o filme não cumpir a promessa. Destaque apenas para as participações de Mia Farrow e Sigourney Weaver.
NOTA 4,5















O Casamento de Rachel: família reunida

O CASAMENTO DE RACHEL
EUA / 2008
De Jonathan Demme
Com Anne Hathaway, Rosemarie DeWitt, Mather Zickel, Bill Irwin
Drama
O filme segue uma linha de drama familiar clichê, onde sempre tem uma personagem com problemas (álcool ou drogas ou ambos), uma morte na família onde alguém se sente responsabilizado, além das inevitáveis revelações do passado que afetaram a personalidade de todos. Mesmo seguindo essa fórmula, o longa compensa com atuações memoráveis sobretudo de Anne Hathaway, cotada para o Oscar. Ela faz o papel da mulher que está saindo de uma clínica de reabilitação para o casamento da irmã. Mas acaba por fazer renascer sentimentos ligados a uma tragédia no passado, trazendo conflitos para toda a família. Apesar de monótono, a direção precisa e os ótimos diálogos, somados a uma trilha sonora eclética, mostram o diferencial de "O Casamento de Rachel" de outros filmes do gênero. Sem falar que é oportunidade de ver novamente a direção de Jonathan Demme (O Silêncio dos Inocentes).
NOTA 7,0

1 comentários:

  1. Anônimo10:41 PM

    "A direção de Barreto é burocrática, "

    boa esculhambada!

    ResponderExcluir