(Slumdog Milionaire)
Reino Unido-Índia/2008
Direção: Danny Boyle (Cova Rasa, Trainspotting, Extermínio, A Praia, Sunshine-Alerta Solar)
Elenco: Dev Patel, Ayush Mahesh Khedekar, Freida Pinto
Principais Prêmios: Vencedor de 4 Globo de Ouro, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção. Vencedor de 8 Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Canção e Melhor Trilha Sonora.
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1010048/
Drama
“Se não existisse Rama e nem Alá, a minha mãe ainda estaria aqui”.
A história de Jamal, recheada de velhas fórmulas e pinceladas com esquemas originais de roteiro, é atualmente a grande sensação do cinema. Custando apenas 15 milhões de dólares (uma ninharia para os padrões americanos, apesar de ser uma fortuna para o Brasil), está lotando salas por todo o mundo. Só nos EUA, já arrecadou mais de 100 milhões de dólares. Mas a que deve tanto sucesso? Sem dúvida, a presença de um diretor com sede de tentar recuperar um prestígio abalado ajudou a alavancar o filme, aliado aos fatores de aproximação de Hollywood com a indústria de filmes da Índia, responsável pela maior produção de filmes do mundo. Danny Boyle, cineasta de filmes premiados, como Cova Rasa e Traisnpotting, experimentou nos últimos anos
alguns fracassos de público como o apenas razoável "A Praia" e o incompreendido Sunshine".
Não se prendendo a um gênero, mas a um estilo próprio, sempre tenta analisar as ambições humanas, seja através de uma maleta de dinheiro ou das drogas. Nesse caso, um garoto pobre tem a chance de ganhar o prêmio máximo de um programa de perguntas e respostas.
Jamal: quer pedir ajuda aos universitários?
Em meio a desconfianças e com um propósito que não é exatamente o dinheiro, a vida de Jamal nos é apresentada através de suas respostas. Para cada pergunta certa no programa, há um episódio que explica o porquê de Jamal saber da resposta. Uma fórmula bastante criativa que constrói uma boa estrutura perante os traços melodramáticos e um tanto exagerados do roteiro, escrito por Simon Beaufoy.
Logo em sua primeira cena, o filme nos remete a um outro bastante famoso que também trata de miséria e redenção: Cidade de Deus. As tomadas de câmera são bastante semelhantes. No entanto, não soa como cópia e sim como influência, por mais que Boyle (que viu o filme de Fernando Meirelles umas quatro vezes) não revele. A persistência de Jamal em resgatar várias vezes do perigo sua amada Latika é digna de folhetim, mas torna-se interessante pela maneira não-linear de ser contada. Os vários caminhos que a miséria pode apresentar aos jovens também é discutida de forma parecida com o filme de Meirelles. Latika é a refém da violência extrema que percorre as favelas de Mumbai. Jamal é o exemplo de alguém que não escolhe o caminho mais fácil que se apresenta a ele, tenta se desvencilhar dos fortes laços da criminalidade que o rodeia. Seu irmão Salim é o que não resiste às tentações oferecidas, mergulhando no mundo do crime.
Outro aspecto do filme é o formato como foi idealizado, como se para apresentar ao mundo um estilo de filme de Bollywood, a indústria cinematográfica da Índia. Co-dirigido por Loveleen Tandan, extremamente musical, com atores do país, inclusive famosos como Anil Kapoor, que interpretou o apresentador do programa ao estilo "Who Wants To Be a Milionaire?". O resultado foram os prêmios no Oscar de melhor trilha sonora e canção, na qual concorreu com duas músicas.
Jamal e Latika: encontros e desencontros na Índia
Muitos falaram que as cenas da trama remetem a um deslumbramento e surpresa de um inglês à miséria existente na Índia. Na verdade, o que se vê é uma sátira ao estilo de vida dos países ricos, onde o consumismo é enorme. Exemplo de tal fato é a cena onde o casal de milionários americanos "confessam" sua verdadeira função ao se deparar com uma criança pobre: dar dinheiro. É nesse tom que a obra de Boyle mexe com as diferenças sociais, impondo a hipocrisia e indiferença de muitos ao que acontece nas grandes favelas do mundo.
Até pelo caminho que o filme percorre, seu final previsível não atrapalha, tal qual um final mirabolante poderia produzir tal efeito. Pela história de Jamal, o mundo pode (mais uma vez) ter a chance de abrir os olhos para grande parte da população do mundo que vive em condições precárias. E que não tem a chance nem de sonhar em ser um milionário.
NOTA 8,5
A Latika é um tesãozinho.
ResponderExcluirEu achei o final mto "happy end" e comentei isso no blog da Ana Maria Bahiana, junto com um monte de doido... Ela justificou dizendo se tratar de uma homenagem explícita ao cinema indiano, patente no final. Ela abordam a rivalidade Caim-Abel e reviravoltas constantemente, segundo a Ana. Não sabia dizer, vi poucos filmes indianos. São sempre mto longos. Lembro ter gostado de Badashhh, q tbm foi indicado ao Oscar de filme estrangeiro, embora seja tbm cumprido demais... De todo modo, gostei de Millionário, mas achei-o mto superestimado.
ResponderExcluirHelker,
ResponderExcluirOs filmes indianos são meio monótonos mesmo, até pela parte musical que é dominante...e são muito longos também. Quem Quer Ser um Milionário é um exemplo de filme indiano com pitadas hollywoodianas justamente para ser popular.
Abraços!
Não achei um filme ruim, mas também não era o caso de ganhar uma penca de oscar...
ResponderExcluirÉ o típico caso do filme "da moda" que daqui a 10 anos ninguém vai lembrar. E pior, ninguém vai se importar de esquecer.
Olá!
ResponderExcluirGostei muito desse filme ganhador de vários oscar!
Muito boa e interessante a histótia, envolvente até o final e a trilha sonora é show tbm. Minha nota tbm é 8.5!
Abs! Diego!