Dinamarca - Alemanha - França - Suécia - Itália - Polônia / 2009
De Lars Von Trier (Dogville, Dançando no Escuro, Os Idiotas, Manderlay)
Com Willem Dafoe, Charlotte Gainsbourg
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0870984/
Terror
Lars Von Trier afimou que enfrentou uma depressão no período em que viu a consolidação do fracasso de Manderlay (continuação de Dogville) e a confirmação de que o terceiro filme da Trilogia dos EUA poderia não se concretizar tão cedo. Foi neste período que o controverso criador do Dogma 95 filmou Anticristo. O cineasta ainda falou que filmou com 50% de sua capacidade.
Willem Dafoe (ele) e Charlotte Gainsbourg(ela): entrega total em uma trama sem propósito
Tendo em vista obras magníficas como Dogville, Lars Von Trier deve ter filmado com 10% de sua capacidade. E boa parte desses 10% estão em cenas emblemáticas como a inicial, em que o casal vivido por Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg (vencedora do prêmio de melhor atriz em Cannes) estão fazendo sexo ao mesmo tempo em que o filho deles cai da janela. Esta premissa faz com que o espectador consiga ter certa curiosidade com o drama vivido por eles no restante do filme, dividido em capítulos, um mais pretensioso que o outro.
Depois da tragédia, o casal se isola em busca de reflexão e recuperação. Dafoe, como terapeuta, torna-se o homem que cuida do comportamento depressivo da mulher, cada vez mais se aprofundando na mente perturbada e desesperada da esposa. A culpa pela morte do filho vai deteriorando a vida do casal, até estrapolar qualquer limite imaginado.
Visões de um diretor que ultrapassou os limites da pretensão
É neste caos psicológico que reside o terror instaurado pelo cineasta. Repleto de agonias profundas simbolizadas por cenas gratuitamente chocantes e beirando a falta de sentido, a trama se esvai na falta de uma história. Pelo que se nota, parece a eterna repetição de uma idéia baseado na premissa já citada anteriormente. Não há causas nem conseqüências, apenas cenas que batem a mesma tecla, instituindo uma apresentação monótona e sem perspectiva alguma.
Em meio ao horror das cenas, vemos pelo menos que Trier não perdeu a mão para a direção de atores. Seus dois protagonistas se entregam aos papéis que lhe foram incumbidos. Pena que tais interpretações façam parte de uma história que não leva ninguém a parte alguma. A sensação é de que, nesse caso, a pretensão foi maior do que a criatividade.
NOTA 3,0
"A sensação é de que, nesse caso, a pretensão foi maior do que a criatividade."
ResponderExcluirÉ pretensão sua acusá-lo de pretensioso!