(A Febre do Rato)
Brasil/2011
De Cláudio Assis (Amarelo-manga, Baixio das Bestas)
Com Irandhir Santos, Matheus Nachtergaele, Juliano Cazarré, Nanda Costa
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2200908/
Drama
A história do poeta Zizo, que em meio aos prazeres do sexo e da bebida, perambula pelas ruas com seu discurso anarquista e libertário enquanto tenta conquistar uma jovem.
Confira abaixo o trailer do filme:
Confira abaixo duas visões diferentes (ou não) para o filme!
Texto por Lu Azevedo
O filme se passa em Recife e conta a história de um poeta idealista e revoltado com o sistema e com o moralismo atual. Ele faz uma produção artesanal de um folhetim chamado Febre do Rato onde apresenta para sociedade seu manifesto em forma de poesias, rimas e contos. A história se passa em volta de sua vida e da vida daqueles que com ele convivem. Um homem casado com um travesti, um grupo de amigos que moram juntos, duas senhoras vizinhas que frequentam o bar e sua mãe. Todos apoiam os ideais e convicções do poeta, convivendo na mesma liberdade sexual que ele. Até que surge Eneida e o poeta se interessa por ela, mas ela não se mostra disponível como suas outras parceiras. Isso vai mudar um pouco as coisas...
A nudez é retratada com enorme naturalidade e o sexo abordado de forma nada poética ou tampouco romantizado. Em alguns momentos as relações sexuais são apresentadas com tanto destaque que chegam ao ponto de se destacarem mais do que a própria história do filme. Com uma sucessão de cenas fortes, o telespectador nem percebe a hora passar. Mas o filme fala sobre o que mesmo? Sexo, eu responderia.
Não entendo de cinematografia e das belezas de um filme em preto e branco, na verdade, até me incomodam um pouco. Mas nesse filme existe um alívio por ele ser em preto e branco e tornar a exposição da nudez do ser humano um pouco mais leve de ser observado sem tantas cores e detalhes. Já a câmera é implacável não se desviando de nada. Ahh se aquela caixa d’agua falasse!
Nota 7,0
"Você também já ficou com o Capitão Nascimento?"
Texto por Warny Marçano
Cláudio Assis novamente faz um filme perturbador e chocante do ponto de vista libertino e anárquico. O protagonista é um poeta marginal que trafega entre bebidas de bar e noitadas de sexo com a terceira idade em um tanque. Seu melhor amigo, que é casado com um travesti, tem problemas de relacionamento. E para completar o grupo, várias senhoras loucas por sexo e uma mulher que tem três amigos de cama.
O cineasta, já conhecido por seu gosto pelo que há de mais instintivo no ser humano, mostra a princípio como esse grupo se relaciona para depois transportá-lo para o exterior, mostrando a visão da sociedade.
A trama dialoga propositadamente com os extremos sexuais, sem nenhum julgamento de narrativa, em uma adequada fotografia preto e branca. A história beira o lirismo, sem perder o humor, nas loucuras inebriantes ditas por Zizo, em alto e bom som, para quem quiser ouvir.
A inclusão da obsessão de Zizo por uma mulher mais jovem do que ele está acostumado a conquistar e que a princípio o rejeita, só acrescenta profundidade à história, que representa um salto de qualidade se comparado aos seus dois filmes anteriores.
NOTA 9,0