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domingo, julho 29, 2012

A FEBRE DO RATO

A FEBRE DO RATO
(A Febre do Rato)
Brasil/2011
De Cláudio Assis (Amarelo-manga, Baixio das Bestas)
Com Irandhir Santos, Matheus Nachtergaele, Juliano Cazarré, Nanda Costa
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2200908/
Drama


A história do poeta Zizo, que em meio aos prazeres do sexo e da bebida, perambula pelas ruas com seu discurso anarquista e libertário enquanto tenta conquistar uma jovem.

Confira abaixo o trailer do filme:





Confira abaixo duas visões diferentes (ou não) para o filme!


Texto por Lu Azevedo

           O filme se passa em Recife e conta a história de um poeta idealista e revoltado com o sistema e com o moralismo atual. Ele faz uma produção artesanal de um folhetim chamado Febre do Rato onde apresenta para sociedade seu manifesto em forma de poesias, rimas e contos. A história se passa em volta de sua vida e da vida daqueles que com ele convivem. Um homem casado com um travesti, um grupo de amigos que moram juntos, duas senhoras vizinhas que frequentam o bar e sua mãe. Todos apoiam os ideais e convicções do poeta, convivendo na mesma liberdade sexual que ele. Até que surge Eneida e o poeta se interessa por ela, mas ela não se mostra disponível como suas outras parceiras. Isso vai mudar um pouco as coisas...
           A nudez é retratada com enorme naturalidade e o sexo abordado de forma nada poética ou tampouco romantizado. Em alguns momentos as relações sexuais são apresentadas com tanto destaque que chegam ao ponto de se destacarem mais do que a própria história do filme. Com uma sucessão de cenas fortes, o telespectador nem percebe a hora passar. Mas o filme fala sobre o que mesmo? Sexo, eu responderia.
           Não entendo de cinematografia e das belezas de um filme em preto e branco, na verdade, até me incomodam um pouco. Mas nesse filme existe um alívio por ele ser em preto e branco e tornar a exposição da nudez do ser humano um pouco mais leve de ser observado sem tantas cores e detalhes. Já a câmera é implacável não se desviando de nada. Ahh se aquela caixa d’agua falasse!

Nota 7,0














"Você também já ficou com o Capitão Nascimento?"

Texto por Warny Marçano

          Cláudio Assis novamente faz um filme perturbador e chocante do ponto de vista libertino e anárquico. O protagonista é um poeta marginal que trafega entre bebidas de bar e noitadas de sexo com a terceira idade em um tanque. Seu melhor amigo, que é casado com um travesti, tem problemas de relacionamento. E para completar o grupo, várias senhoras loucas por sexo e uma mulher que tem três amigos de cama.
          O cineasta, já conhecido por seu gosto pelo que há de mais instintivo no ser humano, mostra a princípio como esse grupo se relaciona para depois transportá-lo para o exterior, mostrando a visão da sociedade.
          A trama dialoga propositadamente com os extremos sexuais, sem nenhum julgamento de narrativa, em uma adequada fotografia preto e branca. A história beira o lirismo, sem perder o humor, nas loucuras inebriantes ditas por Zizo, em alto e bom som, para quem quiser ouvir.
          A inclusão da obsessão de Zizo por uma mulher mais jovem do que ele está acostumado a conquistar e que a princípio o rejeita, só acrescenta profundidade à história, que representa um salto de qualidade se comparado aos seus dois filmes anteriores.

NOTA 9,0

quarta-feira, julho 11, 2012

SOMBRAS DA NOITE

SOMBRAS DA NOITE 
(Dark Shadows) 
EUA/2012 
De Tim Burton (Edward Mãos de Tesoura, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, Batman, Alice no País das Maravilhas, Ed Wood) 
Com Johnny Depp, Michelle Pfeiffer, Eva Green, Helena Bonham Carter, Jackie Earle Haley 
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1077368/ 
Comédia 

 Barnabas Collins, membro de uma rica e poderosa família, torna-se um vampiro graças aos feitiços de uma bruxa e é aprisionado por séculos até retornar na década de 70, onde precisa aprender a conviver com os atuais membros da família Collins além de se adaptar a um mundo cheio de modernidades.

Confira abaixo o trailer do filme:



        O novo filme de Tim Burton e Johnny Depp (com a esposa de Burton, Helena Bonham Carter, a tiracolo) investe num misto de terror e comédia, mais inclinado às cenas de humor do que as de suspense. Depp está impagável mais uma vez interpretando um personagem esquisito. Cenas como a do McDonalds, dos faróis dos carros, dos talheres e de outros objetos "modernos" que Barnabas tenta entender com seu jeito medieval já se tornaram clássicas.













"_Estou perdendo a cabeça por você!"
"_Isso é só uma lenda, cavaleiro..."


         A família Collins (que na série original era o núcleo central já que Barnabas não estava presente na primeira temporada) está muito bem representada, encabeçada pela já veterana Michelle Pfeiffer. Matriarca de uma espécie de família Adams, ela tenta tirar proveito da situação de Barnabas.
         Destaque também para as cenas dos hippies (afinal em um filme ambientado na década de 70, tinha que ter!) e para a festa promovida por Barnabas, com um convidado bastante oportuno (nada menos que Alice Cooper!), além de vários atores da série de televisão da década de 70, inclusive o ator que fez o Barnabas Collins original. E ainda temos uma participação especial de Christopher Lee!
         Burton acerta em investir na comédia e ainda faz uma homenagem tanto às influências que o filme teve como para a própria década de 70 onde a trama se ambienta, sempre seguindo seu estilo inconfundível.
NOTA 8,5

quarta-feira, julho 04, 2012

PARA ROMA COM AMOR

por Lu Azevedo
PARA ROMA COM AMOR
(To Rome with Love)
EUA-Itália-Espanha
De Woody Allen (Meia-noite em Paris, Match Point, Vicky Cristina Barcelona, Poderosa Afrodite, Tudo Pode Dar Certo, Melinda e Melinda)
Com Woody Allen, Alec Baldwin, Jesse Eisenberg, Roberto Benigni, Ellen Page, Penélope Cruz, Judy Davis
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1859650/
Comédia


 Tendo Roma com toda a sua beleza como cenário e uma musica agradabilíssima, Woody Allen garante a diversão mais uma vez. O filme se passa em volta de quatro nichos de personagens.

Confira abaixo o trailer do filme:






Um casal do interior da Itália que chega a Roma em lua-de-mel com pretensões de ficar e fazer a vida por ali mesmo. Mas eles se desencontram e passam o seu primeiro dia em Roma totalmente afastados e vivendo coisas que nunca imaginariam passar. O nicho da turista que perdida em uma praça, pede informação a um charmoso italiano e isso lhes rendem bons momentos. Os pais dela resolvem ir ao seu encontro para conhecer o rapaz com quem a filha se encantou e sua família. Começa então as desavenças devido as adversidades culturais entre as famílias. Temos ainda um pacato cidadão romano que vive sua vida de forma previsível e sem muitas emoções até que um grupo de paparazzi resolve transformá-lo numa dessas celebridades fast food. Ele vê sua vida invadida pela mídia e começa a ser testado pelo seu próprio ego no desejo de se entregar para esse momento apesar de não entender o que foi que ele fez para receber tamanho assédio. E por fim, mas não menos engraçado, tem um estudante de arquitetura que morava
sossegado com sua namorada até que uma amiga extremamente sedutora chega para passar uma temporada enquanto se recupera do término de um relacionamento. O problema não foi sua chegada mas sua conduta do tipo mulher-despretensiosamente-sedutora.















"O que adianta ser alto executivo de uma emissora de televisão se esse pirralho inventou o Facebook?"


A música está presente em todo o filme e parece se tratar de mais um dos personagens da história. Sempre
alegre, bem italiana e ainda tem a ópera que foi retratada de forma muito bem-humorada. Os encontros e desencontros dessa turma garantem boas risadas e mantem o telespectador atento a telona por todo o tempo. Com a alternância das histórias entre tantos personagens é preciso estar ligado para não se perder e não deixar passar nada. Afinal, cada uma se passa numa temporalidade própria. Enquanto para alguns a trama se trata de apenas um dia, para outros observamos meses de suas vidas. Woody Allen explora de forma muito bem sucedida a construção de cada grupo de personagens e sem deixar seu conhecido teor critico de lado. A sua própria atuação foi desempenhada em excelente performance.

NOTA 9,0

Lu Azevedo é cinéfila do Unibanco Artplex no Rio de Janeiro, fã do Johnny Depp e de terceiras filas no cinema!

terça-feira, julho 03, 2012

E AÍ...COMEU?

por Lu Azevedo
E AÍ...COMEU? 
(E aí...Comeu?) 
Brasil/2012 
De Felipe Joffily (Ódiquê?, Muita Calma Nessa Hora) 
Com Bruno Mazzeo, Marcos Palmeira, Emilio Orciollo Netto, Dira Paes, Seu Jorge, Laura Neiva 
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2209400/
Comédia 

 Três amigos com histórias bastantes diferentes sentam regularmente na mesa de um bar para conversar sobre os mais diversos assuntos masculinos, sobretudo, logicamente, sobre as mulheres.

Confira abaixo o trailer do filme:



          Nessa história tudo começa e termina num bar onde três amigos encontram-se com frequência para beber e devanear sobre a vida mas principalmente sobre as mulheres. De forma muito divertida o filme vai mostrando a história desses personagens principais: Marcus Palmeiras interpreta Honório, um homem casado e com três filhas, mas que começa a perceber que tem algo de errado acontecendo em casa com sua esposa Leila. Emilio Orciollo Netto é Afonso, um playboy riquinho que vive do dinheiro dos pais, escreve livros sem nunca terminá-los e que nunca se apaixonou em sua vida. Não tem relacionamentos estáveis com ninguém e vive atrás de garotas de programa e das mulheres casadas. E por fim temos ainda Bruno Mazzeo como Fernando, um homem que está vivendo uma crise conjugal. Sua esposa acaba de deixá-lo e ele precisa aprender a viver novamente naquela casa sem ela e conviver com uma estimulante vizinha.













Muita calma nessa hora porque senão preparam uma cilada pra gente...


        Assuntos masculinos são abordados de forma aberta e escrachada a ponto de se tornar quase constrangedor para o público feminino. Os homens, no entanto, parecem se divertir ouvindo relatos - que todos eles parecem já ter vivido algum dia- sendo retratado nas telonas. “E aí...comeu?” parece uma comédia romântica contada pela ótica masculina recheada de comentários machistas.
        O longa conta com a participação do Seu Jorge interpretando um garçom muito parecido com o próprio Seu Jorge, que atende a mesa e tira as dúvidas do trio sobre suas experiências amorosas pessoais. O Rio de Janeiro é mostrado além daquelas paisagens clichês que conquistam os turistas, ele é mostrado na parte boêmia da cidade e que encanta aos residentes locais.
        O filme está muito divertido e os atores parecem bem a vontade com seus personagens. Em alguns momentos parece que estamos sentados numa das mesas do bar ouvindo suas histórias particulares. Mas a trama não vai agradar as feministas de plantão.

NOTA 9,0


Lu Azevedo é cinéfila do Unibanco Artplex no Rio de Janeiro, fã do Johnny Depp e de terceiras filas no cinema!