ANJOS E DEMÔNIOS

ANJOS E DEMÔNIOS
EUA/2009
Direção: Ron Howard (O Código da Vinci, Uma Mente Brilhante, Apollo 13)
Elenco: Tom Hanks, Ewan McGregor, Ayelet Zurer, Stellan Skarsgard, Pierfrancesco Favino
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0808151/
Policial

O simbologista e professor Robert Langdon é chamado para investigar o seqüestro dos quatro cardeais mais cotados para serem o novo papa. Tal fato mostra-se interligado com uma sociedade secreta que foi perseguida ao longo da história pela Igreja: os Iluminatti. Para ajudá-lo, uma cientista, Dra. Vetra, é acionada, pois é uma das únicas que sabe lidar com a principal arma que os seqüestradores roubaram e ameaçam utilizar: uma bomba baseada em anti-matéria, objeto de pesquisa da cientista.
Em mais uma adaptação de um livro de Dan Brown, Ron Howard parece ter aprendido a lição de que não adianta transcrever o livro para a tela. "O Código da Vinci", depois de uma grande expectativa, decepcionou por suas longas explicações, soando didático demais e por isso mesmo monótono e pouco surpreendente. Em "Anjos e Demônios", há uma certa dificuldade em situar o espectador quanto aos três elementos principais da história (Iluminatti, anti-matéria, Vaticano), mas aos poucos a trama engrena, principalmente para quem já leu o livro. Langdon não trata mais seus ouvintes como alunos, os diálogos deixam de se tornar artificiais e a ação está mais presente. Soma-se a isso a força do elenco de apoio, não tão famoso quanto no filme anterior, mas talvez por isso mesmo mais natural. Ewan McGregor ganha destaque por conseguir traduzir bem a personalidade do camerlengo Patrick McKenna (que merecia muito mais cenas).














Tom Hanks: Tem algum símbolo para eu investigar?

A história (novamente uma corrida contra o tempo, estilo preferido e quase único de Dan Brown) percorre as ruas de Roma, esculturas antigas, menções às perseguições e conspirações envolvendo a igreja católica, regras do Vaticano, analogias entre as descobertas da ciência e mistérios religiosos, o que nos remete à aventura anterior de Langdon. Afinal, apesar de na literatura O Código da Vinci ter acontecido depois, Howard frisa bem que no cinema, Langdon parece ser mais experiente em investigações desse estilo.
Tom Hanks conseguiu dar um ar de sarcasmo e realidade ao personagem, sem que ele pareça um vidente. Ao mesmo tempo, não apenas tem sua sabedoria, mas como a prontidão frente a situações emergenciais, em cenas como na biblioteca do Vaticano. Uma mistura de Sherlock Holmes com Jack Bauer que deu certo. É preciso ainda acertar muito nas adaptações de Dan Brown, mas Howard já pode ir pensando em como fazer com "Fortaleza Digital" ou quem sabe "Ponto de Impacto".

NOTA 7,5