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terça-feira, agosto 30, 2011

MELANCOLIA

MELANCOLIA
(Melancholia)
Dinamarca-Suécia-França-Alemanha/2011
De Lars Von Trier (Dogville, Manderlay, Dançando no Escuro, Os Idiotas, Anticristo)
Com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland, John Hurt
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1527186/
Drama

Um planeta chamado Melancolia está prestes a colidir com a Terra. Enquanto isso, Justine e a família estão às voltas com os preparativos para o casamento dela.

Confira abaixo o trailer do filme:



O novo filme de Lars Von Trier é mais um enigma em sua carreira. Sem dúvida é espetacular no aspecto técnico, com destaques para a bela fotografia e excelentes interpretações de “Mary Jane” Kirsten Dursten, do “Homem-Elefante” John Hurt e do “Jack Bauer” Kiefer Sutherland. Porém, o roteiro totalmente insano e arrastado incomoda.
Logo no começo, vemos um apanhado de cenas em slow motion que já mostram características nada ortodoxas da trama. Deparamo-nos com um fio cinza, que está agarrado à protagonista, Justine, a impedindo de caminhar. E aos poucos, muito lentamente, entramos na primeira parte do filme, intitulada Justine. Nessa parte, vemos uma festa de casamento da personagem principal, conhecemos sua família, composta pela irmã neurótica, o cunhado rico e preocupado com o bom andamento da festa, a mãe antipática e o pai mulherengo, que chama
todas as mulheres de Betty. Justine parece drogada e não está em sintonia com o que está ocorrendo ao seu redor.













"Desse casamento nem o Homem-Aranha te salva!"

A segunda parte, intitulada Claire, é relativa ao planeta Melancolia, que está em rolta de colisão com a Terra. Há uma mudança de comportamento dos personagens e a história toma um novo rumo, só que bem menos interessante e mais monótono. O filme cria uma expectativa de reviravoltas que não consegue atender, deixando mais respostas no ar que perguntas. Só que o cinema reflexivo de Lars Von Trier aparece aqui de forma totalmente diferente de seu maior sucesso, Dogville. Enquanto lá, a personalidade dos personagens era profundamente estudada
com a apresentação de seus hábitos e comportamentos, aqui nada fica claro, só há dúvidas e a impressão de que o cineasta não pensou no rumo da história e dos personagens, deixando para que o público pense o que quiser, em uma atitude cômoda para o diretor.
Melancolia é melhor que o filme anterior do cineasta, Anticristo, mas continua sendo mais um exercício de cinematografia puramente abstrata do que entretenimento reflexivo e absorvente. Lars Von Trier poderia ser menos pretensioso e pedir alguns conselhos para Christopher Nolan.
NOTA 5,0

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