Ei, mais uma vez fomos surpreendidos na Cerimônia do Oscar. De uma certa forma isso não deveria acontecer, porque acontece todo ano, então porque a surpresa.
Há muita política nas escolhas da "Academy". Quem assistiu a cerimônia ontem pode observar alguns detalhes interessantes:
- Chegada do P. Diddy: eu não faço a menor idéia de quem seja, mas fiquei impressionada porque filmaram o cara desde que chegou e colocou o paletó do terno. Tinha até um "assistente", com um daqueles rolinhos de tirar pelinhos da roupa, passando-o insistentemente no paciente Diddy. Depois ele foi alvo de várias entrevistas. E, oh! Surpresa! O documentário que ele estava envolvido (Undefeated) ganhou! Imaginem!
- Meryl Streep: claro que eu queria que ela ganhasse, gosto muito das performances dela. E também ela já concorreu muitas, muitas vezes e ganhou apenas duas (uma como atriz principal, outra como coadjuvante). Mas eu votei nela, não. Segui o Screen Actors Guild Awards... Mas se tivesse assistido o "Tapete Vermelho" e a abertura do Oscar (com Billy Crystal) teria mudado meu voto.
Dicas: muitos comentários sobre Meryl ser recordista absoluta de indicações a melhor atriz (incluindo coadjuvante) e só ter ganho 2. Oh! Surpresa! Ela ganhou.
Outro detalhe, quem acompanha as cerimônias de premiação sabe que a Meryl Streep sempre dá preferência para roupas confortáveis do que algo mais chamativo (em termos de moda). E viram como ela estava vestida ontem? Faz muito tempo que não a vejo com uma roupa tão "chamativa" assim.
E falando em roupas, o que foi com a Viola Davis? Quando a vi, logo pensei "ai, ela vai subir no palco deste jeito para receber o Oscar?" De uma certa forma, preferi que ela não ganhasse...
Cá entre nós, posso muito bem imaginar Meryl Streep, depois que perdeu o SAG, fazendo seus contatos para não perder este Oscar. E, no final, embora tenha falhado no meu palpite, fiquei muito feliz por ela ter ganhado o seu mais do que merecido terceiro Oscar.
Então, pessoal, ano que vem estou muito mais para seguir o ritual do nosso amigo Victor* e rolar dados, do que fazer minhas pesquisas. Se tivesse seguido os meus instintos teria acertado pelo menos mais 3 categorias: música (estava votando nos Muppets até o último momento, porque não achava que eles iam votar nos brasileiros, mas mudei para o Rio por razões totalmente sentimentais); melhor curta (quando vi os indicados, The Shore chamou minha atenção por ter o ator Ciarán Hinds, que eu gosto muito, mas fui fazer minha pesquisa e achei que Time Freak tinha mais chances); melhor curta de animação (gostei do título do "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore, mas achei que "A Morning Stroll" tinha melhores chances).
Então, agora só nos resta aguardar o próximo ano e ver o que Hollywood e o resto do mundo têm a nos oferecer. E um último comentário: assisti boa parte dos indicados a melhor filme e, embora tenha gostado do Artista, achei que The Help tinha muito mais conteúdo e consequentemente merecia mais o prêmio, mas isso eu nem contesto mais, porque a Academia tem um histórico, mais do que comprovado, de não escolher o melhor filme.
Um grande abraço a todos e espero que me perdoem os palpites deste ano. Como cinéfila estou realmente envergonhada.
Laura Furtado é a cinéfila vencedora do Bolão do Oscar 2011, esposa do vencedor do Bolão do Oscar 2009, Luciano Giehl.
*Victor Zavandor é o anti-cinéfilo que apostou esse ano no Bolão jogando 1 dado em cada uma das categorias.