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terça-feira, janeiro 15, 2013

UMA NOITE DE FESTA, UMA NOITE DOURADA - GOLDEN GLOBES

por Laura Furtado


Todo ano se diz que a festa do Golden Globe é ótima, descontraída, as pessoas podem interagir livremente umas com as outras. Essa já é história velha, mas nunca como esta noite eu senti isso, a descontração, a camaradagem. Foi uma noite de festa, uma noite dourada, a noite dos Golden Globes.

Começou com uma jornada especial para Christopher Waltz, que ganhou como ator coadjuvante em Django Livre. Merecidamente. Acho que quem dificultou mais o páreo foi Leonardo Di Caprio. Ele está excelente como o “Sr. Candy” em Django também.

Nos prêmios de televisão, não houve muitas surpresas. Homeland dominou como melhor série de Drama, melhor ator e atriz (Damien Lewis e Claire Daines). Fiquem atentos para Girls. Ganhou melhor série Comédia ou Musical e melhor atriz (Lena Dunham).

Também não foi surpresa Kevin Costner ganhar por Hatfield & McCoys e Julianne Moore por Game Change, que aliás ganhou Melhor Minissérie ou Filme para TV e Ed Harris ganhou Melhor Ator Coadjuvante. Fiquei feliz que Downton Abbey ganhou um Golden Globe – Maggie Smith (Melhor Atriz Coadjuvante para Minissérie ou Filme para TV).

Mas vamos ao que interessa: os prêmios do cinema. Melhor filme estrangeiro: oh! Amour. Melhor Filme Animado: Brave (não adorei o filme, mas era o meu favorito para a disputa).

Fãs de 007 – Skyfall ganhou Melhor Música Original. E, surpresa, Life of Pi (pronuncia-se “pai”, como “torta” em inglês) ganhou Melhor Trilha Sonora.

Fãs de Tarantino: Melhor Roteiro para Django Unchained!!!

Sem surpresas também quanto à Les Misérables: Melhor Atriz Coadjuvante para Anne Hathaway, Melhor Ator para Hugh Jackman e Melhor Filme Comédia ou Musical. Fiquei feliz, muito se falava, em função das várias indicações, de Silver Linings Playbook, mas como disse antes, embora a estória seja “miserável”, Les Misérables é muito mais filme. Vi algumas cenas e fiquei surpreendida com a grandiosidade da produção.

Mas Silver Linings não ficou de fora, Jennifer Lawrence ganhou, como esperado, como Melhor Atriz em Comédia ou Musical. Daniel Day-Lewis ganhou Melhor Ator em Drama.

E Argo, meus amigos, fez bonito. Levou o prêmio de Diretor (Ben Affleck) e Melhor Filme Drama. De novo, fiquei muito feliz, porque gostei do filme. Há anos que tem estado difícil acompanhar as premiações, porque os meus favoritos não tem chegado em primeiro, mas este ano, para deixar claro a descontração, um filme com conteúdo ganhou.

Podem falar o que quiser, mas nunca vou me esquecer do filme do saco plástico. Não posso ver um voando pela rua, que tiro logo meu caderno de autógrafos para tentar conseguir um. É muito gostoso ver um filme com uma estória legal ganhar. Não digo que seja uma unanimidade, claro que pode ter gente que não vai gostar de Argo. Também não quero elevar suas expectativas ao assistir ao filme, mas tem estória, início, meio e fim. E conta pontos ser baseado em história real. Saber que tudo aquilo aconteceu... Lembra-me outro filme que eu adoro: Vitória em Entebe, sobre o resgate que Israel preparou para libertar os reféns mantidos presos em Uganda, após o sequestro do avião onde estavam.

Foi uma noite gostosa, com direito a discurso de Jodie Foster sobre a privacidade dos atores. Tudo bem, como ela disse, está “exposta” desde os três anos de idade. E muito já se especulou sobre sua vida particular. Como muita gente, gosto de saber o que acontece na vida daqueles que acompanhamos pelas telas, mas acho que se a pessoa quer manter sua vida particular privada, tem todo o direito. Se não colocarem aquela fofoca quentíssima na primeira página do jornal, tudo bem para mim, ainda vou poder vê-los na telona e é isso que importa. Ela está muito bonita e pela primeira vez vi seus filhos, dois rapazes bonitos. Desejo tudo de bom para ela e muitos bons filmes no futuro.

E já que estou falando na “sessão fofoca”, queria mencionar que este ano, ao contrário dos anteriores, não houve nenhum vestido que me fizesse pensar “ai que horror, como deixaram ela usar isso”. As mulheres estavam todas bonitas, bem vestidas. Foi um prazer ver o “carpete vermelho”. E os destaques foram muitos, aquelas que realmente se sobressaíram, como Salma Hayek, Sofia Vergara, Eva Longoria, Rachel Weiss (ao lado do marido Daniel Craig), Julianna Margulies, Jennifer Lopez, para citar as que achei mais bonitas.

É isso ai, pessoal, estamos a caminho do Oscar. Está aberta a temporada de premiação, mas como disse um artigo que eu li (sinto, mas não consegui achá-lo novamente para dar a referência), este ano teremos mais de um mês entre o anúncio das indicações e a premiação. É muito tempo, muito pode mudar, tudo pode acontecer... É cinema, é a beleza desta arte que muito me encanta!


Laura Furtado é cinéfila, esposa de cinéfilo, craque no Bolão do Oscar e colaboradora de artigos no WCinema

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