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segunda-feira, setembro 29, 2014

DEUS NÃO ESTÁ MORTO


(God’s Not Dead)
EUA/2014
De Harold Cronk (Jerusalem Countdown, Silver Bells)
Com Shane Harper, Kevin Sorbo, David A. R. White, Willie Robertson
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2528814/?ref_=fn_al_tt_1
Drama

                O professor de filosofia da universidade onde Josh Wheaton estuda obriga a todos escreverem em um papel que Deus está morto. Porém, Wheaton, que é cristão, se nega e acaba aceitando o desafio de provar para a turma inteira que Deus não está morto.

Confira o trailer do filme abaixo:



                A trama reúne uma premissa interessante que é a discussão de ideias religiosas e cientificistas e o quanto esses dois ramos podem ser muito diferentes ou similares. O embate entre o professor ateu e o estudante cristão e a forma como ele vai tentar convencer a todos é um bom gancho para a atenção do espectador.























Está lendo 12 homens e uma sentença?

               O filme, no entanto, exagera na quantidade de personagens secundários e que não tem muito a ver com a premissa principal do filme. O fato da história de muitos deles começarem de forma independente e irem se cruzando forma até um interessante painel, porém acabam tirando o brilho das melhores cenas do filme.
                É importante ressaltar que o cunho do filme é o cristianismo, até por conta de sua produção e roteiro. Essa característica não chega a limitar seu público, pois não deixa de ser interessante como um calouro como Josh Wheaton irá desbancar o seu experiente e arrogante professor. O que incomoda em algumas cenas é o desleixo com os coadjuvantes, às vezes com fracas atuações ou até mesmo sem qualquer ajuda do roteiro, permitindo diálogos e cenas que beiram o inverossímil (como a discussão entre Josh e sua namorada).
                “Deus não está morto”, como filme de arte, deixa um pouco a desejar, porém como instrumento reflexivo e religioso, tem suas qualidades. Cabe ao espectador refletir sobre as ideias e mensagens que a trama deseja passar.

NOTA 7,0

sexta-feira, setembro 26, 2014

NA NATUREZA SELVAGEM

(Into the Wild)
EUA/2007
De Sean Penn (Unidos pelo Sangue, Acerto Final, A Promessa)
Com Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone, Catherine Keener, Vince Vaughn, Kristen Stewart, Hal Holbrook, Zach Galifianakis
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0758758/?ref_=fn_al_tt_1
Aventura

                Depois de sua graduação, o estudante Christopher McCandless abandona todas as suas posses e se aventura na estrada com a ambição de ir para o Alasca, sem dar notícias para sua família de seu paradeiro.

Confira abaixo o trailer do filme:



               O ator e diretor Sean Penn conta com a ótima trilha sonora de Eddie Vedder (Pearl Jam) para contar a história real do jovem que misteriosamente sai de casa e viaja sem nenhum dinheiro, no qual ele faz questão de abandonar logo no começo de sua jornada. O filme investiga os reais motivos que levaram Christopher a tomar essa decisão e quais as consequências dessa decisão nele e nas outras pessoas que passam por seu caminho.












Quero ser seu grande herói...

                Na melhor interpretação da carreira de Emile Hirsch (“Selvagens”, “Killer Joe”, “O Grande Herói) até então, a trama demonstra os pensamentos de liberdade acima de tudo que o protagonista exalta e vai mais além, mostrando que ele acaba se tornando dependente desta liberdade por causa de problemas familiares. Independente disto, ou até por conta desta atitude, acaba transformando a vida de muitas pessoas, dentre elas, o personagem d o veterano ator Hal Holbrook (indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante pelo papel do solitário Ron Franz).
                O filme abusa das belas imagens em meio a uma trilha assinada por Vedder que soa muito mais rock clássico que grunge, acertadamente. A trama não linear mostra ora Christopher no Alasca depois de dois anos desaparecido, ora mostra o jovem a caminho de seu destino, além de imagens do relacionamento dele com sua família.
                “Na Natureza Selvagem” é uma aventura que mostra conceitos densos e que faz o espectador refletir e aproveitar a viagem do protagonista, ainda que de duração um pouco mais longa do que poderia ser, em um road movie intenso e surpreendente a cada cena.

NOTA 9,0

quinta-feira, setembro 25, 2014

O TEOREMA ZERO

(The Zero Theorem)
Reino Unido-Romênia-França-EUA/2013
De Terry Gilliam (Os Doze Macacos, Brazil – O Filme, Os Irmãos Grimm, O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus)
Com Christoph Waltz, David Thewlis, Lucas Hedges, Mélanie Thierry, Tilda Swinton
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2333804/?ref_=fn_al_tt_1
Ficção Científica

                Um hacker de computador quer descobrir a razão da existência humana, e enquanto trabalha em seu teorema, recebe a visita de Bob, um adolescente expert em computação e de Bainsley, uma mulher que o provoca sexualmente. Essas distrações  podem acabar o perturbando ainda mais.

Confira abaixo o trailer do filme:



                As questões existenciais e o mundo futurístico sempre cativaram Terry Gilliam. O “Monty Phyton”  também tem a fama de dirigir filmes que beiram o absurdo, com cenas sem sentido e muitas perguntas e poucas respostas. No seu mais recente filme, Gilliam novamente aborda um tema filosófico demais, com uma história altamente confusa e dinâmica, que alterna entre bons e maus momentos.










Eu sou um bastardo inglório!

                O filme não é para ser assistido procurando uma resposta para todas as perguntas. Para o espectador, o jeito é aproveitar as cenas engraçadas (e as sátiras ao mundo cada vez mais virtualizado) e ter paciência com boa parte das cenas que tornam-se por vezes monótonas.
                O elenco é uma atração à parte, com destaque para Christoph Waltz como Qohen Leth, um sujeito perturbado e solitário, que se consulta com sua psiquiatra virtual, interpretada por Tilda Swinton, em ótimas aparições. As situações absurdas e o humor inglês em uma trama de ficção científica pode ser inevitavelmente comparado com “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, porém o filme de Terry Gilliam é bem menos pop e mais pretensioso.
                “O Teorema Zero” é um filme para espectadores que gostam de um filme cabeça, onde nem tudo faz sentido, mas que segue aquele clichê de filme-arte, onde não importa as conclusões e sim a jornada pelo qual a trama te leva. Para muitos espectadores, no entanto, vai ser a coisa mais chata do mundo.

NOTA 4,5


quarta-feira, setembro 24, 2014

O DOADOR DE MEMÓRIAS


(The Giver)
EUA/2014
De Philip Noyce (Invasão de Privacidade, Perigo Real e Imediato, Jogos Patrióticos, O Colecionador de Ossos, Salt)
Com Brenton Thwaites, Jeff Bridges, Meryl Streep, Alexander Skarsgard, Katie Holmes, Taylor Swift, Odeya Rush
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0435651/?ref_=fn_al_tt_1
Ficção Científica

                Em uma comunidade destituída de sentimentos e memórias, um jovem é selecionado para ser o recebedor de memórias. Porém, o ofício parece cada vez mais pesado e cheio de dilemas, conforme o jovem vai aprendendo sobre as coisas boas e ruins do mundo real.

Confira abaixo o trailer do filme:



                  Baseado na obra de Lois Lowry, o filme pode soar oportunista por aproveitar a onda de tramas do gênero como “Jogos Vorazes” e “Divergente”, mas o fato é que o livro “The Giver” existe antes de todas as obras que tiveram adaptações recentes e tratam de sociedades distópicas (a exceção é Ender’s Game: O Jogo do Exterminador).  O que ocorreu é que a ideia caiu nas mãos de Jeff Bridges nos anos 90, porém os estúdios só deram sinal verde após o sucesso de filmes desse gênero, que bebem da fonte de obras ainda mais antigas, como “O Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley e “1984”, de George Orwell.
















Quando você ver isso, vai ser " o cara"!

                O que diferencia a trama é seu teor mais dramático, com menos ação e romance. O ponto principal da trama está no conflito do protagonista em decidir o que é melhor: um mundo alienado, mas feliz ou a consciência de experimentar tanto as coisas boas da vida quanto as ruins.
                O filme trabalha muito bem com o conceito das cores. A sociedade vive em um mundo preto e branco. Apenas o protagonista consegue aos poucos, enxergar cenários cada vez mais coloridos. Esse contraponto (raro no cinema) cria uma interatividade única com o espectador.
                Apesar de todas suas qualidades, a trama derrapa em alguns furos de roteiro e principalmente em não querer detalhar alguns pontos principais da trama, bem como a motivação de alguns personagens. O resultado faz com que o filme passe rápido demais, dando a impressão de que alguns detalhes importantes foram editados de forma equivocada.
                “O Doador de Memórias” consegue trazer um assunto em moda de uma forma diferente, dando soluções para a trama de forma inteligente e tendo como elenco de apoio nomes de peso como Jeff Bridges e Meryl Streep. Porém, a trama poderia ter sido melhor trabalhada.

NOTA 7,5

terça-feira, setembro 23, 2014

O MERCADO DE NOTÍCIAS

(O Mercado de Notícias)
Brasil/2014
De Jorge Furtado (O Homem que Copiava, Meu Tio Matou um Cara, Saneamento Básico – O Filme, Houve uma vez Dois Verões)
Com Eduardo Cardoso, José Roberto de Toledo, Geneton Moraes Neto
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt3661594/?ref_=fn_al_tt_1
Documentário

                Um grupo de jornalistas conceituados são entrevistados para discutir a história e a importância do jornalismo em meio ao cenário brasileiro.

Confira abaixo o trailer do filme:



                    Jorge Furtado é sem dúvida um dos maiores diretores brasileiros em atividade. Ele fez a melhor comédia do cinema nacional (“Saneamento Básico”), o melhor filme sessão da tarde (“Houve uma vez Dois Verões”) e o melhor curta-metragem (“A Ilha das Flores”). Dessa vez, ele se aventura no documentário para tratar de um assunto que poderia ser muito chato, mas que nas mãos dele fica bem interessante.


















Como deve ser fazer a peça do Saneamento Básico?

                Furtado parte da peça “O Mercado de Notícias”, clássico do dramaturgo inglês Bem Jonson, de 1625, para contar a história do jornalismo. Ao longo do filme, trechos da famosa peça são mostrados, em meio a opiniões de renomados profissionais do ramo, que discutem o que significa a profissão para eles, além do impacto de se contar uma notícia para a sociedade.
                O documentário aborda temas como a edição de notícias, o controle da mídia perante a sociedade, suas inclinações políticas e econômicas e o quanto isso pode ajudar ou atrapalhar na transmissão da realidade para o público. E logicamente não poderia faltar a discussão sobre o futuro dos jornais físicos mediante o crescimento da internet e do fato de que todo mundo pode postar uma notícia na grande rede. Qual o papel do jornalista nesse mundo cada vez mais virtual?
                Ao longo de uma hora e meia de duração, tempo bastante adequado, o espectador consegue refletir sobre pontos que poderia nunca ter pensado, além de ficar sabendo de várias curiosidades. Os trechos da peça homônima, por mais que alguns diálogos possam ter sido por demais alongados no filme, torna-se mais um trunfo do cineasta, enriquecendo essa grande                 surpresa do ano nesse gênero no cenário nacional.


NOTA 9,0

segunda-feira, setembro 22, 2014

RIO EU TE AMO


(Rio eu te amo)
Brasil-EUA/2014
De Vicente Amorim (Transições), Guillermo Arriaga (“Texas”), Stephan Elliott (Acho que estou Apaixonado”), Sang-soo Im (“O Vampiro do Rio”), Nadine Labaki (“O Milagre), Fernando Meirelles (“A Musa”), José Padilha (“Inútil Paisagem”), Carlos Saldanha (“Pas de Deux”), Paolo Sorrentino (“La Fortuna”), John Turturro (“Quando não há mais Amor”), Andrucha Waddington (“Dona Fulana”)
Com Fernanda Montenegro, Regina Casé, Emily Mortimer, Vincent Cassel, Márcio Garcia, Marcelo Serrado, John Turturro, Jason Isaacs, Rodrigo Santoro, Wagner Moura, Tonico Pereira, Harvey Keitel
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1456606/?ref_=fn_al_tt_1
Drama

                O terceiro filme da série Cities of Love, que já homenageou Paris e Nova York. Desta vez, uma seleção de curtas que reverenciam o Rio de Janeiro, com histórias de drama, comédia e fantasia.

Confira abaixo o trailer do filme:



             Como a maioria dos filmes que reúne uma série de curtas dirigidos por cineastas diferentes, o resultado é irregular. O trunfo da trama é ter costurado mais cada história, sempre tendo passagens (dirigidas por Vicente Amorim) ligando os vários personagens de histórias diferentes, criando assim uma teia mais coesa do que os anteriores, “Paris, eu te amo” e “Nova York eu te amo”, que tinham curtas mais independentes uns dos outros.










Moço, onde fica a Central do Brasil?

                Os melhores curtas do filme são os dirigidos por Andrucha Waddington (melhor disparado), tendo uma grande interpretação de Fernanda Montenegro como uma mendiga que prefere morar na rua do que ter uma casa; o de Fernando Meirelles, no qual o personagem de Vincent Cassel persegue uma musa enquanto faz construções na areia; o de José Padilha, na qual um Wagner Moura possesso discute com o Cristo Redentor no meio de uma viagem de ultraleve; e o de Nadine Labaki, que mostra uma dupla (interpretada por ela e por Harvey Keitel) que se deparam com uma criança que pensa estar falando pelo telefone com Deus.
                Já os piores curtas são o de John Turturro, no qual ele faz parte de um casal que começa a discutir a relação, em uma história que mais parece saída da mente de seu amigo Woody Allen; e o de Sang-sso Im (o pior), que mostra um Tonico Pereira vampiro carnavalesco!
                Os outros são apenas regulares, como o de Carlos Saldanha (diretor de “Rio” e “A Era do Gelo”), na qual Rodrigo Santoro e Cléo Pires formam um casal de bailarinos se apresentando no Municipal (bonito, mas longo demais para o que se propõe); o de Guillermo Arriaga, que mistura luta livre com uma proposta indecente (interessante porém inconclusivo); o de Stephan Elliot, que mostra Marcelo Serrado conduzindo um ator mal humorado pelo Pão de Açúcar (belos cenários mas fantasioso demais); e o de Paolo Sorrentino (diretor de “A Grande Beleza”) que mostra um casal na praia conversando sobre sorte e o sentido da vida.
                “Rio eu te amo” é um ótimo exemplar que homenageia o Rio, porém as ideias bastante diferentes entre seus idealizadores parecem não torná-lo um filme coeso. De qualquer forma, o espectador consegue se divertir na maior parte do tempo, já valendo uma ida ao cinema.

NOTA 7,5

quinta-feira, setembro 18, 2014

OS CAVALEIROS DO ZODÍACO: A LENDA DO SANTUÁRIO


(Seinto Seiya: Legend of Sanctuary)
Japão/2014
De Kei’ichi Sato (Ashura, Kuroshitsuji)
Com Kaito Ishikawa, Kenji Akabane, Kensho Ono, Nobuhiko Okamoto
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2231489/?ref_=fn_al_tt_1
Animação

                A adaptação do anime Cavaleiros do Zodíaco, na qual a verdadeira Atena e os cavaleiros de bronze que a protegem precisam atravessar as 12 casas do zodíaco para alcançar o Santuário, a fim de provar a autenticidade de sua identidade.

Confira abaixo o trailer do filme:


               O filme de Kei’ichi Sato busca aliar as exigências dos fãs antigos com a necessidade de agradar aos mais jovens, muitos que só conhecem o famoso título pelo nome e nunca acompanharam a série original. Essa necessidade acaba sendo o calcanhar de aquiles da trama, tentando englobar mais de 70 capítulos da série em cerca de uma hora e meia de duração.








Goku estaria cheio de inveja!

                O início começa bem, mostrando a importância da proteção que os cavaleiros de bronze precisam fornecer para Atena. Porém, tudo desanda quando é chegada a hora de enfrentar os cavaleiros de ouro de cada casa. O que era uma verdadeira saga, com cenas antológicas e que ficaram marcadas na cabeça dos fãs, virou uma salada de cenas tão rápidas que fica claro a tentativa do roteiro de tentar encaixar o maior número de situações no mínimo tempo disponível.
                Os personagens também são bastante irregulares. Se por um lado, os cavaleiros de bronze ficaram com personalidade bem definida, os cavaleiros de ouro aparecem de forma rápida, artificial e por vezes, retratado de forma ridicularizada, como o Máscara da Morte. As batalhas, ponto alto da série, acabam ficando em segundo plano, em uma trama que não sabe o que priorizar.
                “Os Cavaleiros do Zodíaco: a Lenda do Santuário” vale pela homenagem e por mostrar a história para novas gerações. Porém, o roteiro não ajudou a obter um trabalho de boa qualidade. Pelo menos, a série pode ser resgatada com a divulgação do filme, cumprindo pelo menos esse papel.

NOTA 4,0

quarta-feira, setembro 17, 2014

LUCY


(Lucy)
França/2014
De Luc Besson (Nikita – Criada para Matar, O Profissional, O Quinto Elemento, Joana D’arc, A Família)
Com Scarlett Johansson, Morgan Freeman, Min-sik Choi, Amr Waked
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2872732/?ref_=nv_sr_1
Ação

                Uma mulher acidentalmente contrai uma grande quantidade de drogas que permitem ela otimizar seu cérebro em mais de 10%, média comum aos humanos, segundo hipótese do professor Norman, renomado estudioso. A medida que sua capacidade cerebral vai crescendo, ela se envolve em uma trama de descobertas e vingança.

Confira abaixo o trailer do filme:



                O filme dirigido pelo francês mais hollywoodiano que existe, Luc Besson, esbanja suas principais características: a figura central feminina e perigosa, ao estilo de Nikita, aliado ao estilo peculiar e excêntrico de filmes como “O Quinto Elemento”. E tudo em um filme de ação bem orquestrado, com uma ótima dinâmica e trilha sonora.












Vou te conduzir até o Batman!

               A premissa do filme já pede várias cenas inverossímeis, mas de qualquer forma tudo é contornado por um enredo altamente veloz e com muito humor negro. Além de trazer alguns conceitos interessantes de metafísica e reflexão da humanidade, logicamente bastante leves, pois o objetivo é a mera diversão de todo bom blockbuster.
               Luc Besson ainda tem dois grandes trunfos: as ótimas interpretações de Scarlett Johansson e Morgan Freeman, que compõem essa trama de absurdos na medida certa. E ainda por cima a duração do filme é condizente com o que le propõe, ao contrário de “Transcendence”, apenas para estabelecer uma analogia com outro filme que possui ideias parecidas.
             “Lucy” é um ótimo entretenimento, apesar de algumas cenas desnecessárias e de uma trama de vingança que poderia ser melhor aproveitada. Porém, o filme é bastante envolvente e com um final apoteótico, do estilo que o cineasta francês gosta.

NOTA 8,0

quinta-feira, setembro 11, 2014

COHERENCE

(Coherence)
EUA/2013
De James Ward Byrkit (Stop at Nothing)
Com Emily Baldoni, Maury Sterling, Nicholas Brendon, Hugo Armstrong
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2866360/?ref_=nv_sr_1
Ficção Científica

                Em uma noite de anomalia astronômica, oito amigos resolvem fazer uma festa enquanto um cometa passa pela Terra. Depois que a luz acaba, eles começam a questionar sobre a realidade em que estão vivendo.

Confira abaixo o trailer do filme:


                Essa ficção científica de baixo orçamento e roteiro inteligente surpreende pela criatividade e engenhosidade da trama. Porém, sua especificidade acaba afastando vários espectadores, que podem se sentir confusos com a mirabolante trama.
                Tudo começa em um simples jantar, onde amigos se reúnem para bater um papo descontraído sobre amenidades. O que poderia se tratar apenas de relacionamento entre um grupo de amigos, transforma-se em ficção científica quando eles se deparam com anomalias causadas pela passagem de um cometa.










Eu estou me vendo ou sendo vista?

                Todas as situações ocorridas na trama passam por questionamentos dos personagens, onde são discorridos temas como realidades paralelas, experimentos como O Gato de Schrödinger e outras questões físicas. A maior parte da história se passa no interior de uma casa, o que dá um tom teatral para o filme. Além disso, o modo como James Ward conduziu as atuações do elenco é no mínimo curiosa: os atores não tinham roteiro para decorar. Eles simplesmente sabiam como a cena deveria se desenrolar, gerando uma atmosfera de imprevisibilidade e espontaneidade dos atores, que levavam
sustos da forma mais realista possível.
                Esses elementos fazem com que “Coherence” já tenha nascido cult e interessante, mas pouco divertido. Sua curta duração, de uma hora e meia, torna um pouco mais acessível para os espectadores, porém nem todos podem gostar da atmosfera filosófica e inconclusiva do filme.

NOTA 6,5

sexta-feira, setembro 05, 2014

ISOLADOS


(Isolados)
Brasil/2014
De Tomas Portella (Qualquer Gato Vira-Lata)
Com Bruno Gagliasso, Regiane Alves, José Wilker
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt2391094/?ref_=fn_al_tt_3
Suspense

                Lauro e Renata vão passar uns dias em uma suntuosa casa na região serrana do Rio de Janeiro, local onde atualmente está ocorrendo uma série de crimes. Aos poucos, a vida do casal se transforma em um verdadeiro terror.

Confira abaixo o trailer do filme:



             O cineasta Tomas Portella tem uma grande experiência como assistente de direção em filmes de produção estrangeira como “O Incrível Hulk” e “Ensaio Sobre a Cegueira”. Nesta trama, ele finalmente eleva o suspense nacional a um patamar nunca antes visto no cinema nacional, com uma história que não fica nada a dever a outras do gênero no cinema estrangeiro, sem soar como filme trash e ainda com ótimas interpretações de um elenco respeitado.










Será que eu sou o grande herói?

                A atmosfera de suspense já começa pelo casarão no meio da floresta, que acaba virando uma espécie de protagonista da trama. O contraste entre o psiquiatra interpretado por Bruno Gagliasso e sua namorada neurótica vivida por Regiane Alves acaba sendo o grande trunfo da história.
                Tudo no filme é recheado de mistério, ajudado por uma ótima trilha sonora, e por cenas que não soam exageradas e que mais sugerem do que impactam. O espectador se vê mergulhado nos mistérios dos assassinatos, da personalidade tanto do médico quanto de sua namorada e ainda assiste a uma saga de sobrevivência angustiante.
                “Isolados” é um ótimo precedente para o cinema brasileiro começar a investir em gêneros estranhamente pouco usuais por essas bandas, tendo em vista a capacidade de criatividade e pioneirismo das histórias, além de não precisar de um grande orçamento. Um filme com seus habituais defeitos (iluminação e som, principalmente), porém necessário e surpreendentemente bom.

NOTA 8,5

quinta-feira, setembro 04, 2014

ATÉ A ETERNIDADE

(Les petits mouchoirs)
França/2010
De Guillaume Canet (Meu ídolo, Não Conte a Ninguém, Laços de Sangue)
Com François Cluzet, Marion Cottilard, Jean Dujardin, Benoît Magimel
Perfil no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1440232/?ref_=fn_al_tt_1
Comédia

                Depois de um acidente quase fatal que faz um dos amigos de um grupo ficar no hospital, o restante decide aproveitar as férias anuais enquanto esperam novidades.

Confira abaixo o trailer do filme:


             O ator e cineasta Guillaume Canet filmou esse grande sucesso nos cinemas franceses contando com um elenco magistral, incluindo François Cluzet (Os Intocáveis), Jean Dujardin (O Artista) e Marion Cottilard (Trilogia Batman). A trama, mesclando humor e drama, mostra o relacionamento entre um grupo de amigos, tendo como ponto de partida um terrível acidente com um deles.








Não preciso de ninguém cuidando de mim!

               A história é bastante interessante e tem várias cenas impagáveis e hilárias, porém peca em dois quesitos. Um deles é sua longa duração, cerca de duas horas e meia, bastante exagerada para o que o diretor se propõe a contar, tendo cenas desnecessariamente longas e diálogos que poderiam ser cortados. O outro ponto é que apesar do tempo ser mais que suficiente, não há um trabalho essencialmente equilibrado entre todos os membros do grupo de amigos no tocante à personalidade e comportamentos de cada um. O que filmes e séries como “Friends” fizeram tão bem, onde cada um tem seu espeço bem aproveitado, aqui o que notamos é que o mote gira quase em sua maior parte do tempo em uma revelação feita de um amigo para o outro logo no início do filme.
                Por toda a trama, alguns personagens mostram-se caricatos demais e pouco aproveitados, em contrapartida com outros que parecem ser o centro das atenções. Como é o caso do personagem Max, brilhantemente interpretado por François Cluzet. O sujeito mal humorado, que tem que lidar com uma revelação bombástica, é sinônimo de uma série de situações engraçadas e imprevisíveis.
                “Até a Eternidade” cumpre seu papel de divertir, aborda temas interessantes, porém poderia ter sido um pouco mais enxuto. De toda a forma, é um agradável exemplo do novo cinema francês, mostrando que temas delicados também podem ser abordados dentro da comédia.

NOTA 7,5